















>>Caso você seja novo aqui, recomendo que leia a página “Apresentação”<<
INTRODUÇÃO:
A ASTELL&KERN é uma empresa de origem Sul-coreana e que já é bastante conhecida pelos seus produtos de altíssima qualidade. Ela é uma das mais famosas fabricantes de DAPs (Digital Audio Player) do mercado audiófilo. Além dos DAPs, a Astell&Kern também possui inúmeros outros produtos, principalmente em parceria com outras empresas do mundo do áudio, a citar: Jerry Harvey, Beyerdynamic, Campfire Audio, entre outras.
Hoje eu vou falar um pouco sobre minhas experiências com o DAC/AMP Dongle PEE51, o primeiro Dongle lançado pela empresa. O PEE51 foi lançado em Maio de 2021 custando $149 dólares (usd). A Astell&Kern afirma que este Dongle dispõe da mesma qualidade de áudio que a empresa coloca em seus DAPs, sendo assim, o produto seria como uma extensão da linha dos DAPs, em termos sonoros.
Uma observação que gostaria de fazer antes de começar é que, o nome da empresa geralmente quando abreviado fica como “AK”, mas essa sigla também é muito usada pra fazer referência à AKM (fabricantes de Chips que a própria Astell&Kern utiliza em alguns dos seus produtos). Então, nesse texto sempre que eu colocar ‘AK’ eu vou estar me referindo à Astell&Kern.
PS: O produto também pode ser encontrado pelo nome “Astell&Kern USB-C DUAL DAC CABLE”. Acho que a empresa adotou esse ‘segundo’ nome tendo em vista que o nome do modelo não soa muito bem em países que utilizam o inglês como idioma oficial.
Link da Astell&Kern:
https://www.astellnkern.com/eng/content/main/
ESPECIFICAÇÕES:
– DAC: Cirrus Logic 43198 x 2 (Dual)
– THD+N: 0.0004% @ 1kHz
– IMD SMPTE: 0.0003% 800Hz 10kHz(4:1)
– SNR: 118dB @ 1kHz
– Potência de saída: 2 Vrms
– Impedância de saída: 2Ω
– Frequência: 20 Hz~20 kHz
– Suporta: PCM até: 32bit/384kHz; DSD Nativo: DSD64(1bit 2.8MHz), DSD128(1bit 5.6MHz), DSD256(1bit 11.2MHz).
– Entrada: USB-C (Windows 10, Android Smartphone & Tablet PC, macOS)
– Saída: 3.5mm (SE)
– Medidas: Parte USB-C: 12mm(L) x 20mm(C) x 8.2mm(P), Parte do 3.5mm: 17mm(L) x 50mm(C) x 10.3mm(P)
– Composição: Liga de Zinco
– Cor: Titânio
– Peso: Cerca de 25g
DISPOSITIVOS UTILIZADOS:
– Audiosense DT200
– Tin HiFi P1
– Earstudio HUD100 MK2
– Motorola Z3 Play
– Dell Inspiron Realtek HDA (W10)
ASPECTOS FÍSICOS:
Vamos começar falando por uma das coisas que mais chamam a atenção nos produtos da AK: o design. A empresa realmente faz um trabalho diferenciado nos seus produtos. O conceito “Luz e Sombra” é um dos itens presentes no design do PEE51. A depender do ângulo de observação e da luz que incide sobre o produto, um lado fica mais iluminado enquanto o outro fica mais escuro. Certamente boa parte das pessoas que compraram o produto, foram influenciados por causa do design, é inegável que é um dos mais bonitos entre os disponíveis no mercado.
No quesito construção e materiais utilizados, ponto positivo pra AK também. O produto realmente passa a sensação de ser algo premium, as duas extremidades são construídas em metal (Zinco) e você sente que o corpo possui extrema durabilidade.
O cabo que faz a ligação entre as partes também é de excelente qualidade, é em estilo emborrachado porém com uma superfície muito lisa. Segundo a AK, é revestido com fibra de aramida Technora, que suporta até 200N de tração. Achei sim que possui muito boa qualidade e resistência.
O corpo do Dongle tem algumas quinas “afiadas”, eu não diria que são afiadas, não chegam a perfurar ninguém – creio eu – a questão é que são quinas bem pontiagudas, talvez pra pele de um ser humano não traga problemas, mas quiçá pra um “Touchscreen” (tela) de um smartphone possa ser que cause, principalmente se a pessoa for colocar no bolso de uma roupa, ou numa mochila, por exemplo.
Agora, a questão que talvez eu achei ser o ponto mais negativo desse Dongle: o peso (e bota peso nisso). Sim, na minha opinião a parte do Dongle que possui a saída 3.5mm tem uma massa considerável. Por fotos e pela especificação (25g) parece ser bem leve, mas quando em mãos ou conectado ao celular, aí as coisas mudam. Não que eu tenha avaliado muitos produtos desse tipo pra determinar que esse é algo como “ah meu Deus que absurdo”, não, mas eu gostaria que o produto fosse de fato mais leve. E eu acho que essa questão do peso acabou tirando a “excelência” do produto, pra mim se ele fosse mais leve seria um ‘endgame’ dos Dongles 3.5mm. Mas isso é subjetivo, claro.
Consumo de bateria. O consumo do smartphone com o fone Tin HiFi P1 foi de 16% em (1) uma hora de reprodução, com a tela desligada e o WiFi desligado (modo avião). O volume ficou em 12 numa escala de 15 níveis do volume do Android. O smartphone que usei tem bateria de 3.000mAh. Lembrar que esse é um teste apenas pra tirar uma base, não são números de extrema precisão, pois existem várias coisas que podem influenciar no resultado final.
Confesso que achei o consumo um pouco elevado, principalmente porque se vocês olharem no hyperlink que coloquei do DAC Cirrus Logic (nas especificações do produto), vão ver que esse modelo de DAC é tido como um produto que não drena a bateria do dispositivo: “The CS43198 is a next generation, low power audio DAC that provides a superior system-level audio performance without draining battery life”(Acesso em: cirrus.com). Enfim, vocês vão ver porque achei isso na seção ‘Comparativo’, lá pro fim da análise.
Aquecimento. Durante o teste do consumo de bateria, eu também aproveito pra fazer uma análise se o produto está aquecendo de forma demasiada. O teste é de forma primitiva ainda, à base do tato, ali quase no final do tempo de reprodução eu pego pra ver como está. Eu achei que o PEE51 dá uma esquentada boa na superfície, assim, nada de preocupante, mas na minha opinião foi um aquecimento que eu já considero não tão “normal”, a julgar por outros produtos que já testei aqui.
Compatibilidade. O PEE51 não foi projetado para smartphones da Apple (iPhone). Segundo a AK, o PEE51 roda em dispositivos com sistema operacional Android, Tablet PCs, computadores com Windows 10 e macOS. Quando o produto foi lançado, vi que algumas pessoas estavam reclamando o por que da AK não ter feito um produto que fosse disponível para ser usado com iPhone – já que o PEE51 foi produzido somente em USB-C – então vi no HeadFi que o problema na verdade não é a questão do sistema operacional da Apple, e sim o conector Lightning (Apple), que segundo a AK, não disponibiliza potência suficiente para suprir o produto corretamente. Alguns usuários estão usando adaptadores da DD HiFi para fazer a conversão de Lightning para USB-C, alguns relatam que está dando certo, outros ainda não conseguiram.
O produto conta com um LED na cor branca que indica quando o Dongle está em funcionamento. Mas diferente de alguns produtos disponíveis no mercado, o LED do PEE51 só fica na cor branca. O produto não suporta MQA.
Esse Dongle foi projetado especificamente para ouvir música/áudio, isso é, as outras funções que geralmente esses produtos possuem como permitir microfone e controles Play/Pause, aumentar/diminuir volume, não vão funcionar com ele. Essa é uma informação que eu nem precisei testar, peguei diretamente das fontes oficiais da Astell&Kern (também conhecido como Manual).
Um ponto que a empresa deixou escapar foi que o produto não acompanha um adaptador USB-C para USB-A para fazer a conexão com o computador. Se o seu computador já tem uma porta USB-C, então OK, mas para as pessoas como eu que ainda possuem apenas portas USB-A, não tem outro jeito se não usar um adaptador USB-C para USB-A. Infelizmente essa peça não vem junto com o produto, sendo assim, eu vou focar essa análise apenas em uso com o smartphone.
Evidente que eu fiz aqui a conexão com meu notebook (W10) usando um adaptador genérico e funcionou perfeitamente, não precisei instalar nenhum driver. Mas caso o computador da pessoa não reconheça o produto, a AK disponibiliza o driver pra download no seu site oficial, na seção: Support>>Download (Hyperlink em nova aba).
PS: Esse link citado no parágrafo acima também serve para encontrar futuras atualizações de Firmware do produto (caso hajam).
ASPECTOS SONOROS:
A qualidade de áudio do Astell&Kern PEE51 pra mim é realmente muito boa, eles usam o DAC da Cirrus Logic, modelo CS43198. A amplificação também é muito boa, principalmente pra quem tem IEMs que não exijam muita amplificação. Analisando ele de forma independente (sem comparar a outro produto), o som que é proporcionado pelo PEE51 é muito limpo, puro e transparente.
A primeira vez que pluguei o PEE51 no meu smartphone foi um choque de realidade, eu fiquei bem impressionado com a capacidade desse Dongle. Muito porque até então os Dongles que eu havia testado, todos eram produtos mais simples e com uma amplificação por volta dos 30mW (tirando o HUD100MK2, mas eu não o considero propriamente um Dongle).
Usando o PEE51 em conjunto com o Audiosense DT200, foi possível conseguir a amplificação necessária pra tocar o fone corretamente e com sobras. No quesito som, também pude me dar por satisfeito pela coerência e definição que o Dongle entrega.
Amplificação. Eu usei o Tin HiFi P1 pra fazer um teste de capacidade de amplificação do PEE51. Na minha opinião, achei boa, porém não perfeita. Tipo, com esse fone em específico, eu não consigo dar o máximo que o Dongle pode entregar, porque antes de chegar ao volume máximo, o som já apresenta uma distorção. Dos 15 níveis de volume que o Android disponibiliza, a partir do 12°-13° nível, o som já vai apresentando essa característica. Lembrando também que estou falando com base na unidade do produto que possuo aqui, não estou generalizando.
Agora, com 99% dos fones que eu tenho aqui eu não preciso nem chegar ao 12° nível de volume no smartphone que o som já fica alto o bastante pra mim. Como eu só faço avaliações de IEMs, não sei como ficaria com um Headphone, mas talvez quem use possa tirar as conclusões baseado com a minha experiência com o Tin P1.
COMPARATIVO: ASTELL&KERN PEE51 x EARSTUDIO HUD100MK2

Sempre ao avaliar um produto em comparação a outro, é preciso ter muito cuidado porque as escalas de volume (e potência) não são iguais entre os dispositivos, então geralmente os testes não possuem muita validade científica em termos de precisão, a questão aqui é subjetiva ao modo como eu analisei, porém tentarei ser o mais preciso possível dentro da minha avaliação.
Primeiramente ressaltar que esses dois não são produtos “iguais”, podem ter o mesmo propósito, mas na minha opinião se diferem quanto à usabilidade. Pra mim, o PEE51 é realmente um Dongle, o cabo é fixo e o corpo é vertical. O HUD100MK2 você também pode usar tipo um Dongle (se não usar o suporte), porém o formato é diferente, acho que não fica uma solução muito apropriada… mas dá pra usar ele “solto” em último caso. Eu geralmente só tenho usado ele conectado ao notebook mesmo.
Amplificação. Usando o Tin HiFi P1 e comparando esses dois produtos, eu achei que o HUD100MK2 levou a melhor. Começando já nas especificações, o HUD100MK2 possui 3.2Vp na saída H-P (High Power), que em 16 Ohms daria 320 mW. Já o PEE51 tem 2Vrms que em 16 Ohms daria 250mW. Agora assim, não levem esses números muito a sério não porque eu não tenho conhecimento nessa área mais objetivista, eu apenas peguei uma calculadora dessas que se acha na internet e encontrei esses valores.
O HUD100MK2 conseguiu atingir o máximo do volume sem fazer com que o fone apresentasse distorção. Em algumas poucas ocasiões ele apresentou um leve ruído ao fundo, mas foram raríssimas ocasiões. Já o PEE51 com o volume no máximo, a distorção já era bem audível, tanto que nem precisei colocar no último volume pra já começar a ouvir um pequeno ruído.
No quesito som, entre ambos, no mesmo nível de volume e com o mesmo fone, a diferença foi ínfima de mais soundstage (sensação de palco sonoro) pro PEE51, assim como também o PEE51 passa a impressão de ser levemente mais Warm (quente) que o HUD100MK2. Em termos de resolução e transparência, ambos possuem a mesma competência, na minha opinião. Os dois produtos possuem qualidade muito superior à minha placa de som do notebook, ou mesmo do meu smartphone.
Outro ponto entre esses dois produtos é que, o HUD100MK2 com uma hora de reprodução, o consumo de bateria do smartphone foi de 12% (usando a saída High-Power). Já o PEE51, com a mesma uma hora de reprodução, o consumo foi de 16%. Lembrando que não foi nenhum teste super científico, pode haver variação aí nos valores.
A questão do aquecimento do produto também é um outro ponto a se considerar. Por exemplo, o HUD100MK2 detém de um pouco mais de poder de amplificação e não esquenta da forma como esquenta o PEE51. Nesse caso, o PEE51 tem sim sua superfície mais aquecida do que o HUD100MK2. O interessante é que dos produtos que já testei, todos com DAC da Cirrus Logic foram os que mais esquentaram a superfície do produto.
Eu vejo o Astell&Kern PEE51 como um ótimo produto pra ser usado em conjunto com smartphones, e o Earstudio HUD100MK2 como um ótimo DAC/AMP pra ser usado como solução para notebooks, pela questão do minimalismo.
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Vídeo demonstrativo do Dongle no YouTube:
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