SHOZY FORM 1.1

>>Caso você seja novo aqui, recomendo que leia a página “Apresentação” deste blog<<

INTRODUÇÃO:

A SHOZY é uma empresa chinesa fabricante de fones intra-auriculares (IEMs), Digital Audio Players (DAPs) , DAC/AMPs, e que possui instalações em Shenzhen (CN) e Hong Kong (HK). O modelo que eu tenho aqui é o Shozy Form 1.1.

O Form 1.1 começou sendo comercializado no ano de 2019 pelo preço de $75 dólares em 2019. Atualmente é possível encontrar por um preço um pouco mais em conta nos revendedores de produtos de áudio no AliExpress. O fone chama muito a atenção pelo belíssimo trabalho de construção (parte feito à mão), pelos seus acessórios e pelo ótimo custo/benefício.

Link da Shozy:

http://www.shozy-hk.com/

ESPECIFICAÇÕES:

2 Drivers: (1) 9.2mm Driver dinâmico revestido de Berílio, (1) Armadura balanceada para médios/agudos.
Impedância: 19 ohms
Sensibilidade: 100dB
Frequência: 20Hz-20kHz
Cabo: Puro cobre 1.2m (destacável)
Plugue: P2 (3.5 mm)
Conectores: 2-pinos (0.78mm)

ASPECTOS FÍSICOS:

Cabo. Esse cabo foi uma grata surpresa. Atualmente com tanto cabo de cobre ou prata que chama a atenção nesse hobby, esse cabo em estilo Paracord é muito bom também, gostei muito mesmo. O material usado tem uma textura bem macia e raramente fica embaraçado. Se você enrolar ele bem certinho na hora de guardar, dificilmente ele vai te dar algum trabalho, e quando dá, é bem rápido e fácil de ajeitar. Engraçado é que um monte de ‘reviewer’ no Head-Fi achou esse cabo ruim, mas é aquilo, gosto é subjetivo.

É preciso ter um pouco de atenção se for usar ele sobre alguma superfície áspera, porque como não é feito de material emborrachado ou plástico, ele pode vir a desfiar as fibras.

Earhooks são de boa construção e tamanho, bem anatômicos e não são nem muito rígidos nem excessivamente flexíveis, o que pra mim é bem satisfatório, não tenho do que criticar.

O ‘chin slider’ (ajustador de tamanho) pode ser considerado um ponto negativo porque não é muito eficiente, o diâmetro é muito grande e o material do cabo não segura a peça. Pra não dizer que não serve pra nada, serve deslizando até os earhooks pra na hora de guardar o fone não embaraçar um no outro, pega aí a dica (foto 16).

Fazendo um contexto mais geral sobre o cabo, você pode notar que cabos feitos com o mesmo material é vendido por preços muito mais caros pela internet, claro que são cabos de espessura e qualidade um pouco melhor, mas sinceramente são cabos que custam o dobro do preço do Form 1.1, ou seja, só um cabo similar a esse custa aí o dobro do fone todo.

Eartips. O pacote é bom. 3 modelos diferentes e bem escolhidos: Espuma, flange dupla e uma com design proprietário. Ao meu ver, acho que é possível encontrar a eartip a ser usada no fone vindo do pacote disponibilizado pela Shozy. A avaliação do fone vai ser feita com a eartip de flange dupla (foto 07 e 08).

As Foamtips (ponteira de espuma) são de material macio, porém o material não é dos mais resistentes. Ao retirar do bocal, facilmente minhas unhas fizeram o trabalho de abrir um rasgo na parte de baixo, e eu nem apliquei força excessiva. Também achei que elas vieram com problema de controle de qualidade, umas maiores que as outras, a circunferência interna não muito precisa. É visível isso aí na última foto.

Um detalhe que eu gostaria de esclarecer aqui sobre essas eartips de silicone da Shozy são que, elas tem um tamanho menor do que o normal, isto é, o que em outras marcas teriam a classificação P/M/G, nas da Shozy seria respectivamente PP/P/M. Acredito que pessoas que usam tamanho G, devem ficar ciente desse detalhe, já que isso pode afetar diretamente no isolamento e por consequência numa alteração do som. Eu geralmente uso tamanho ‘M’ em quase todos os IEMs, mas pra essas eartips de silicone do Form 1.1 eu uso o tamanho ‘G’.

Conforto. Esse é outro ponto fortíssimo desse fone. O conforto é excelente! O corpo é feito em resina de ótima qualidade e acabamento. Tem uma superfície bem lisa e de temperatura natural (porque o metal tem aquela sensação fria), é possível ficar usando esse fone por bastante tempo sem sentir incômodo. Sem pontos de pressão, não é pesado, pelo contrário, parece ser mais pesado mas quando você pega até se assusta com a leveza que é. Sinceramente, eu gostaria que mais fones tivessem esse formato porque eu fiquei bem contente com o quão confortável esse fone é.

Até o bocal é interessante de se falar porque tem um tamanho um pouco menor aos bocais mais comuns, como os dos KZs por exemplo, isso pode ajudar quem esteja procurando algo menor devido a ter um canal auditivo com o diâmetro mais reduzido.

Aparentemente minha unidade parece ter pegado um pouco de humidade (ou zinabre) no filtro, porque posso notar uma coloração diferente em alguns pontos da superfície. Infelizmente acho que isso não ficou muito visível aí nas fotos.

Encaixe. Esse é o IEM com melhor encaixe que eu tenho aqui, eu coloco ele uma vez e pronto, não fico com sensação de que precisa ajustar. Ele fica bem “assentado” no meu ouvido, tem esse estilo mais horizontal de encaixar. Acho que é um ótimo fone pra quem tem ouvido pequeno. Também não fica muito pra fora do ouvido, acho ele bem discreto.

ASPECTOS SONOROS:

O Form 1.1 tem uma sonoridade que eu considero U-shape, isso é, graves e agudos com ênfase (menos do que um fone em ‘V’), e médios levemente recuados.

Alguns revisadores consideram esse fone também como de sonoridade Warm (quente), e eu tendo a concordar em parte. Entendo que eles classificam assim por causa que o fone tem um grave que é bem perceptível e chama a atenção, porém eu acho que vai muito da música e da quantidade de graves que possuem na gravação.

Eu geralmente tenho preferência quando o fone tem uma boa resposta de sub-grave porém sem muito médio-grave, e esse fone é meio que o contrário disso, o médio-grave é dominante e a queda na região do sub-grave é bem perceptível.

Sendo assim, não esperem grande extensão nessa região, mas em contra posição a essa falta de extensão, o grave é bem nítido e forte, eu diria que é a região de maior destaque nesse fone, tem presença e quantidade de sobra, mas como havia dito antes, mais de médio-graves.

A observação que eu faço é que pra estilos musicais que já tem muita energia de graves na gravação, esse fone pode soar um pouco fora do contexto, mas pra ritmos que são mais suaves ele casa muito bem, ou seja, estilos mais enérgicos ele pode soar mais “inchado”, e estilos mais acústicos o grave soa mais limpo.

A região dos agudos traz uma ótima definição e detalhamento, por exemplo, um violão com cordas de aço, você vai ouvir aquele puxar das cordas (ou toque) com a fidelidade do metal sendo movimentado.

Essa região dos agudos de forma nenhuma me causou incômodo como se tivesse picos ou fosse afiado, pelo contrário, pra mim ele tem o brilho que não o deixa soar apagado nem agressivo demais. Agora, uma observação que faço é que esse fone tem uma extensão nos agudos de média pra boa, caso você tenha muito interesse nessa capacidade técnica, esteja ciente disso.

Também não tem sibilância, em alguns momentos vai no limite, e isso é até normal porque algumas gravações tem um pouco mais de sibilância que outras, mas tudo dentro do normal e do aceitável. Talvez se a pessoa usar uma eartip que não dê um isolamento mais completo, tipo usar um tamanho menor, aí sim possa ser que o som fique um pouco mais “ríspido” nessa região da sibilância, mas também nada que inviabilize a audição.

Quanto às vozes neste fone, eu considero ligeiramente um pouco melhor com vozes masculinas, mas isso bem pouco essa diferença, num contexto geral, não tende nem para um timbre muito grave nem para o muito agudo. Tem uma sensação de suavidade e transparência na apresentação.

Acho a projeção das vozes muito boa nesse fone, porém reconheço que há um pouco de sensação de recuo pra essa região, coisa pouca, embora não afete em nada, é unicamente o achar que existem outros fones com um pouco mais de destaque nesta região das vozes, só isso.

Esse fone além de ter uma Armadura Balanceada (BA) possui um Driver Dinâmico (DD), ou seja, corre o risco de ocorrer ‘driver flex’, mas pra minha satisfação, não apresentou nenhum sinal de ter essa característica. Driver flex free!

Amplificação. Não precisa de amplificador dedicado, o fone é fácil de empurrar, claro que um Dac/Amp Dongle já melhora pra uso em celular, principalmente celulares mais com baixa capacidade de amplificação, mas isso é opcional, você pode usar plugado direto do computador ou celular sem se necessitar de amplificação externa.

Palco sonoro. A sensação de palco sonoro no Form 1.1 é algo intermediário entre parecer que a apresentação está muito perto do seu ouvido e entre criar uma certa sensação de amplitude. Então eu considero como média a sensação de palco.

Separação instrumental. Pode soar um pouco congestionado com músicas com muita atividade instrumental, e na minha avaliação aqui esse fone não possui uma separação instrumental acima da média (lembrando que isso pode variar também de acordo com a gravação e outros processos durante a produção da música).

ASPECTOS MUSICAIS:

Com relação aos estilos musicais que pude ouvir, esse fone é perfeito pra Bossa Nova, Samba, Pagode, MPB. Quando eu quero ouvir algo do tipo, é nele que eu vou, não tem erro.

Se você quer um fone pra ouvir especificamente violão, o Form 1.1 é uma ótima opção. Shows tipo voz e violão, ou com alguns poucos instrumentos a mais ficam excelente nesse fone. Apesar de eu não ter colocado na lista das músicas testadas, Yamandu Costa por exemplo, fica ótimo, o som das notas graves ressoa de dentro da caixa do violão, fica uma sensação bem próxima ao real.

O Form 1.1 vai bem com Rock dos anos 70’s e 80’s e POPs mais antigos também, dos 80’s e 90’s.

Blues eu fiquei um pouco decepcionado porque faltou um pouco mais de energia pras guitarras, ficou uma sensação de recuo, então coloquei como não combinou.

Metal segue a mesma premissa do Blues, falta de energia pra guitarra, então ficou complicado.

Sertanejo foi uma incógnita porque dos médio pros agudos ficou bom, mas na região do grave eu não gostei não, ficou uma impressão de tá um pouco “inchado”.

Os estilos que eu acho que precisam de um “up” a mais no sub-grave, como música eletrônica, Hip-Hop, Rap, não ficaram tão legais.

No caso pra Reggae eu achei que o grave passou do ponto, chegando a deixar as músicas um pouco “abafadas”.

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Gosto é subjetivo, então aqui vai a lista dos estilos musicais que eu achei que combinaram mais com esse fone. Lembrando que foram apenas alguns gêneros testados e alguns poucos artistas. Se eu coloquei que combinou com tal estilo e outro não, não significa que você não possa ouvir o seu gênero musical preferido com este fone e adorar. Então, aí vai:

Combinaram:

Jazz
Bossa Nova
Samba
Pagode
Forró
Rock
MPB
Pop
Axé

Nem tanto:

Eletrônica
Metal
Clássica
Reggae
Rap
Hip Hop
Sertanejo
Blues

MÚSICAS TESTADAS:

Dire Straits – Sultans of Swing
Jack Thammarat – Back to the Start
Slayer – Angel of Death
Pantera – The Great Southern Trendkill
Deicide – Once Upon the Cross
Entombed – Left Hand Path
Immortal – Norden on Fire
Mayhem – Freezing Moon
Dimmu Borgir – In Death’s Embrace
Iron Maiden – Aces High
Angra – Carry On
Korn – Freak On a Leash
Slipknot – Left Behind
Paramore – Monster
AC/DC – Moneytalks
KISS – Heaven’s On Fire
Scorpions – Rock You Like a Hurricane
Jethro Tull – Locomotive Breath
Pink Floyd – Time
The Rolling Stones – Wild Horses
Queen – I Want to Break Free
Kings of Leon – Supersoaker
Red Hot Chili Peppers – Californication
The Strokes – You Only Live Once
Coldplay – Viva La Vida
Charlie Brown Jr – Lutar Pelo Que é Meu
Sade – Cherish The Day
Eric Clapton & B.B. King – Ten Long Years
Clube de Patifes ft. Luiz Caldas – Hey Mama
Stevie Ray Vaughan – Pride and Joy
Gary Clark Jr – Catfish Blues
Jimi Hendrix – Little Wing
Kenny G – Songbird
Boney James – Full Effect
Dave Holland Quintet – Prime Directive
Kenny Wheeler – Seven Eight Nine (part 1)
Keith Jarrett Trio – You’ve Changed
Diana Krall – Where or When
Enya – May It Be
Loren Allred – Never Enough
Bob Marley & The Wailers – Is This Love
Edson Gomes – Malandrinha
Adão Negro – Louco Louco
Gregory Isaacs – Cool Down The Pace
Diamba – Miscigenação
Skrillex – Scary Monsters And Nice Sprites
Armin van Buuren – This Is What It Feels Like
The Timewriter – Tenda Count
Alok – Piece of Your Heart (remix)
Hardwell feat. Amba Shepherd – Apollo [Mix Cut]
Tom Jobim – Desafinado
João Gilberto – Sampa
Roberto Menescal & Andrea Amorim – O Barquinho
Caetano Veloso & Maria Gadú – O Quereres (ao vivo)
Gilberto Gil – Aos Pés da Cruz (ao vivo)
Djavan – Pecado (ao vivo)
Chico Buarque – Renata Maria (ao vivo)
João Bosco – Mano Que Zuera
Vanessa da Mata ft. Ben Harper – Boa Sorte/Good Look
Ed Motta – Minha Casa, Minha Cama, Minha Mesa
Ney Matogrosso – O Tempo Não Para
Rita Lee – Doce Vampiro
Lenine – Martelo Bigorna
Kid Abelha – Como Eu Quero
Negra Li – Venha
Luiza Possi – Over The Rainbow
Michael Jackson – Beat It
Madonna – Like a Virgin
George Michael – Careless Whisper
Daft Punk – Give Life Back to Music
Adele – Rolling in The Deep
Geraldo Azevedo – Chorando e Cantando
Dominguinhos – Preciso do Teu Sorriso
Flávio José – Tareco & Mariola
Alcymar Monteiro – Lindo Lago do Amor
Fernando e Sorocaba – Vendaval/Bala de Prata (ao vivo)
César Menotti & Fabiano – Só Mais Uma Verdade
Paula Fernandes – Jeito do Mato
Zezé Di Camargo & Luciano – O Defensor (ao vivo)
Diogo Nogueira ft. Hamilton de Holanda – Salamandra
Paulinho da Viola – Onde a Dor Não Tem Razão
Luiz Melodia – A Voz do Morro (ao vivo)
Jorge Aragão – Coisa da Pele (ao vivo)
Mart’nália – Cabide
Mumuzinho – Eu Mereço Ser Feliz (ao vivo)
Pixote – Coisas do Amor/Você Pode (ao vivo)
Harmonia do Samba – Molejinho
Sabotage – País da Fome: Homens Animais
Emicida – Rotina
Eminem – Lose Yourself
Filipe Ret – Neurótico de Guerra
The Weeknd ft. Daft Punk – Starboy
Chiclete com Banana – Meia Lua Inteira (Capoeira Larará)
Ara Ketu – Ara Ketu Bom Demais
Banda Eva – Beleza Rara
Filhos de Jorge – Vai Que Cola “Melanina”
Vivaldi – Violin Concerto in E Major, RV 269, No. 1, Spring: I. Allegro
Tchaikovsky – The Nutcracker, Op. 71, Act 2: No. 13 Waltz of the Flowers
Mozart – Serenade in G Major, K. 525 “Eine kleine Nachtmusik”: 1. Allegro
Chopin – “Grande valse brillante” in E-Flat Major, Op. 18

Link da Playlist:

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