AUNE FLAMINGO

REVIEW IN ENGLISH VERSION CLICK HERE: AUNE FLAMINGO REVIEW

>>Caso você seja novo aqui, recomendo que leia a página “Apresentação”<<

INTRODUÇÃO:

Meus amigos, hoje tenho aqui um produto bem especial para avaliação, o AUNE FLAMINGO, que é um DAC/AMP de mesa com um sistema valvulado. O produto está disponível em duas versões: com Bluetooth ou sem Bluetooth. O Flamingo também dispõe da opção de uso por controle remoto, mas apenas a versão com bluetooth vem com o controle incluso. É possível adquirir o controle remoto de forma adicional. A unidade que eu tenho aqui é a versão completa (com bluetooth e controle remoto).

PS: Atenção, também existe um outro modelo muito parecido com o Flamingo, que é o Flamingo-BD (esse é apenas um DAC/Bluetooth, ou seja, não tem a parte do amplificador).

Avaliações da AUNE: Jasper

Preço: $219 dólares (USD)
Preço: $289 dólares (USD) [versão bluetooth]
Preço controle remoto: $30 USD [adicional]
Cores: Preto


Link da AUNE:

http://en.auneaudio.com/

http://en.auneaudio.com/index.php?s=Home/Article/detail/id/527.html

https://mall.auneaudio.com/Flamingo-Tube-DAC-Flaming-Tube-DAC-BT-p19513541.html

https://mall.auneaudio.com/RC1-Remote-Control-p19524085.html

https://www.amazon.com/Aune-Flamingo-Receivers-Amplifiers-Headphone/dp/B0BCWSGBFJ


ESPECIFICAÇÕES:

– DAC Chip: ESS ES9038Q2M
– Válvula: PSVANE ECC82 
– OP-AMP (Amplificador Operacional)
– Versão bluetooth: 5.1
– Codecs BT: AAC/aptX HD/LDAC
– Tela (display): OLED
– 7 filtros modos
– Entradas: USB tipo B e Coaxial
– Saídas: 6.35mm SE e RCA
– Resposta de frequência: (20Hz~20kHz) OPA: ±0.02dB; Válvula: ±0.6dB
– Potência na saída 6.35mm: 45mW@300Ω; 300mW@32Ω (1kHz 0dB @0.001%)
– THD+N@1kHz OPA: 0.0005%; Válvula: 0.035%
– Saída RCA: OPA: 2Vrms MAX; Válvula: 1.9Vrms MAX
– THD+N@1kHz: OPA: 0.0003%@0dBFS Typ; Válvula: 0.02%@-17dBFS Typ
– Ruído de fundo: OPA: 4μV; Válvula: 20μV@AES17(20kHz)
– Suporta: USB: PCM até 32-Bit/768kHz, DSD512 – Coaxial: 24-Bit/384kHz, DoP128 – Bluetooth: 24-Bit/96kHz
– Material: Metal
– Cabos inclusos: USB-A>USB-B (150cm)
– Adaptadores inclusos: 3.5mm>6.35mm, USB-C>USB-B
– Alimentação: entrada 100-240V~50/60Hz 0.6A; saída 12.0V – 2000mA (cabo de 150cm)
– Tamanho: 10.3cm[C] x 13.5cm[L] x 3cm[P]
– Peso: 1Kg


DISPOSITIVOS UTILIZADOS:

– AUNE Jasper
– Tin HiFi P1
– Questyle M15
– MotoZ3Play
– Dell Inspiron 14 (W10)


ASPECTOS FÍSICOS:

Um produto com muitos detalhes e recursos, a avaliação vai ficar grandinha, não tem jeito. Vamos começar falando do design e da construção. Esteticamente o equipamento é muito bonito, quiçá um dos DAC/AMPs mais bonitos disponível no mercado atualmente. Esse pra mim também é o produto mais bonito que a empresa possui (até o momento). Eu gosto do minimalismo e de produtos com cores mais sóbrias, tipo preto, cinza escuro, etc, então minha expectativa sobre esse produto é bem grande.

É inegável que o grande chamariz do Flamingo é a válvula numa posição horizontal, ela traz essa sensação entre o moderno e o antigo, entre o digital e o analógico… até porque o produto não é só um amplificador valvulado, ele também possui internamente o sistema com amplificador operacional (OP-AMP) em estado sólido. Segundo a empresa, a válvula não pode ser substituída. O produto conta com um display (tela) na parte da frente que também gera esse contraste entre o digital e o analógico. A tela mostra o nível de volume de uma forma bem visível, além de outras informações como qual filtro, qual entrada, e qual modo (válvula ou OP-AMP) está sendo usado. Achei que o display faltou detalhar mais informações como a taxa de amostragem, tipo de arquivo, esse tipo de coisa.

O produto é todo construído em metal – não consegui obter informação de qual liga metálica foi utilizada. Embora pequeno no tamanho, no quesito peso ele não ficou tão “discreto”, segundo a empresa ele tem aproximadamente 1Kg. Penso que isso não é um problema para um produto voltado ao uso em mesas, na verdade isso é até bom porque gera mais estabilidade do equipamento sobre a mesa. Infelizmente o peso que ele possui ainda não faz com que ele fique parado na hora de tirar ou colocar o plugue do fone, é preciso segurar com uma das mãos para que o produto não deslize pela mesa.

Uma curiosidade. Após você ligar o produto, ele demora uns 4-5 segundos até que ele esteja apto a funcionar por completo. É fácil de saber quando ele já está pronto porque ele faz um som do tipo “click”. Aproveitando essa questão de ligar o produto, o Flamingo possui um botão de ligar e desligar na parte de trás do equipamento. Isso pra mim foi ótimo no produto, algo que senti falta no iFi ZEN Air DAC, eu já sinto falta de um botão on/off em dongles, imagine em equipamentos de mesa, é imprescindível.

Potenciômetro (ou botão de volume). O botão de volume é em estilo infinito, ou seja, você pode girar para qualquer lado e ele vai continuar indo. O Flamingo possui a escala de 00 a 99 passos de volume, com progressão de 1 em 1 passo. A cada passo que você dá, o botão gera um “click”, ou seja, dá pra ouvir de forma bem audível o comando sendo executado, porém não é alto. No meu entender, esse som não me incomodou, mas quem tiver algum problema com isso, já fica a dica.

Além de ter a função de controlar o volume, o botão faz a alteração do modo “OP-AMP” para o modo “Tube” (válvula) se você apertar o mesmo duas vezes seguidas. É por ele também que você faz as operações do menu, como mudar a entrada do sinal (USB, Coaxial, Bluetooth), mudar os filtros.

O Flamingo suporta arquivos PCM de até 32bit/768kHz, e arquivos até DSD512. Ele não é capaz de rodar arquivos MQA. Para mim essa questão do MQA e de outros arquivos maiores não fez diferença, já que eu só uso no meu cotidiano os arquivos FLAC 16bit/44.1/48kHz e alguns serviços de streaming mais comum, como Spotify e Deezer. Todavia, acho interessante que o produto ofereça o maior suporte de arquivos possíveis.

Bluetooth. O Flamingo edição bluetooth tem o recurso de você conectar uma antena e o equipamento virar um receptor bluetooth, ou seja, ele recebe o sinal de algum dispositivo e você escuta suas músicas com o fone plugado nele. Para quem não quer que o produto utilize a conexão via cabo, o bluetooth é uma boa alternativa (um cabo a menos na mesa). Pelo que vi nas especificações, a profundidade de bit e taxa de amostragem pelo sinal bluetooth é restrita a 24bit/96kHz. Eu utilizei o meu smartphone como transmissor do sinal e o Flamingo pareou tranquilamente no LDAC. Aí vai uma foto do Android: click aqui!

Para fazer a avaliação do som, eu utilizei a conexão via USB-A para USB-B. O produto foi reconhecido de imediato assim que conectei com o meu notebook, não precisei de instalar nenhum driver para que ele funcionasse no Windows10 (Plug & Play). Ele já estrou em 100% no Windows, então é preciso ter um pouco de atenção na hora de dar o Play na música. O produto conta com uma saída analógica RCA na parte de trás que pode ser utilizada como DAC/Pré-AMP para um amplificador ou caixas de som ativas. Ele também conta com uma entrada de áudio via cabo coaxial.

Algo que senti falta no DAC/AMP foi a ausência da saída 3.5mm e/ou até mesmo da saída 4.4mm balanceada. Ele conta apenas com saída 6.35mm, que é uma saída mais fácil de ser encontrada em headphones. Eu como exclusivamente só uso IEMs, acaba que tenho que ficar com um adaptador sempre plugado na saída do produto. A ausência da saída Pentaconn me afetou também, eu tenho fone com cabo 4.4mm, então preciso usar 2 adaptadores para conectar o fone. Pra mim quanto menos adaptador melhor, tem gente que não liga pra isso.

Aquecimento. Aqui temos talvez o ponto que me deixou mais receoso nesse produto. O produto esquenta muito a superfície, eu achei que a temperatura dele ficou bastante elevada, independente de estar rodando pelo sistema valvulado ou pelo OP-AMP. E assim, nem precisa ficar muito tempo usando, pouco após ligar ele já começa a esquentar, cerca de 15min. Tudo bem esse produto não é um dongle, eu não vou ficar com ele em minhas mãos ou em bolso de uma bermuda, por exemplo, mas me preocupa um pouco o produto ficar tão quente em tão pouco tempo. Ele realmente esquentou muito, nunca presenciei nada desse tipo.

Eu não tenho muita experiência com DAC/AMPs de mesa, esse é o segundo que testei, e no primeiro – iFi ZEN Air DAC – não tive esse problema de aquecimento excessivo. Aqui obviamente essa questão está relacionada ao sistema valvulado, o aquecimento faz parte do processo de utilização da válvula, só que eu não imaginava que seria assim, nesse grau. Outra coisa, o Flamingo só liga se estiver conectado à fonte de energia, ou seja, ele não funciona só com a conexão USB-B, coisa que no iFi ZEN Air DAC ele só precisava do cabo USB para passar dados e energia.

Controle remoto. A edição Bluetooth do Flamingo possui um controle remoto incluso. O controle é bem simples, achei o design até meio “sem sal”, mas entendo que combina com o formato do produto. É possível encontrar um guia das funções aqui pelo manual do usuário. Ele vem com uma chave Torx T1 para fazer a remoção da bateria (entretanto eu não abri o produto). Eu até tentei abrir o controle, mas parece que o parafuso ficaria melhor de remover com uma chave Torx T2 (eu acho).

Acessórios. O produto tem um kit bem interessante (falando da versão que estou avaliando), honestamente eu não tenho do que reclamar do que veio incluso. Vem a antena bluetooth, um cabo USB-A para USB-B, um adaptador USB-C para USB-B, um adaptador 3.5mm para 6.35mm, um controle remoto, uma chave para abrir o controle remoto, três tampinhas plásticas para fechar as conexões RCA e Coaxial, e veio também uma antena de rádio (eu acredito que seja, mas nem testei essa função). Falando especificamente do cabo incluso, eu achei ótimo, tem 150cm de comprimento, o que dá pra colocar o DAC/AMP de qualquer lado do notebook que eu precisar. Eu não curto muito essa entrada USB tipo B, acho que a USB tipo A é mais segura.

PS: com relação à fonte de alimentação, é preciso ficar ciente que o encaixe das tomadas pode variar de região para região do mundo, então é preciso estabelecer algum contato com o vendedor antes para você não adquirir um padrão de tomada diferente. Aqui no Brasil o padrão europeu (EU) foi compatível (tomada de dois pinos redondos).



ASPECTOS SONOROS:

É preciso lembrar que essa análise é subjetiva, baseada na minha experiência com o produto e também da sinergia com os outros equipamentos que usei aqui. Eu também já informo que a parte mais objetivista do hobby não é muito a minha praia, então, pode ser que algumas informações fiquem limitadas, não detenho muito conhecimento sobre o lado técnico desse tipo de produto.

Aqui mais uma vez na minha jornada desse hobby de áudio eu me deparo com algo diferente. Entra dongle e sai dongle e por algumas das vezes eu escutei sonoridades muito parecidas ou iguais, entretanto com o AUNE Flamingo a situação foi diferente. Aqui, como lá no começo da minha jornada, eu percebi mais uma vez que o poder da amplificação consegue fazer alteração na sonoridade de alguns fones. De fato o Flamingo não é um DAC/AMP tãao potente assim, segundo a empresa ele entrega 300mW em 32 Ohms, tem equipamentos aí no mercado que entregam bem mais de 1W, mas o que eu ouvi aqui com ele foi diferente de tudo que já tinha escutado com os dongles que pude testar. Eu explico mais no parágrafo seguinte.

Então, o que rolou aqui no Flamingo em conjunto com o próprio fone da empresa – o AUNE Jasper – foi que o som do fone abriu de uma forma bem expressiva, os graves, a espacialidade, tudo ficou de uma forma mais ampla. Eu nuca tinha escutado esse fone desse jeito como escutei aqui. A sonoridade ficou encorpada, com mais textura nos graves, até de forma mais física mesmo, e com um preenchimento espacial maior. Certamente foi uma experiência bem interessante, ouvir o mesmo fone que eu já conhecia só que de uma forma diferente. Eu poderia dizer que, da sonoridade que eu havia escutado antes para o agora, o som ficou mais quente (warm).

Durante os meus testes aqui, a qualidade de áudio do AUNE Flamingo foi excelente, para mim, o equipamento entrega muita transparência, definição e isenção de coloração. Segundo a empresa, o produto está implementado com o DAC chip da ESS, modelo ES9038Q2M, além de outros componentes de alta qualidade. Não percebi nenhum ruído, distorção ou som estranho durante os períodos que fiquei testando o produto. O Flamingo segue a qualidade dos demais DAC/AMPs que tenho testado atualmente.

Modo OP-AMP e valvulado. Olha, sinceramente, eu não senti diferença entre o modo OP-AMP e o Valvulado (Tube), eu fiz as trocas de um modo para o outro diversas vezes procurando as alterações mas de fato eu particularmente não pude notar. E assim, eu não acho a sonoridade do Flamingo mais quente do que dos outros DAC/AMPs que testei só por causa da válvula, não, pra mim essa sonoridade vem da amplificação (potência) que o equipamento oferece (na minha opinião).

Com relação ao bluetooth, o meu posicionamento é que não obtive nenhum detrimento sonoro em relação à conexão cabeada (USB-B), para mim, o som se apresentou da mesmíssima forma como se eu estivesse ouvindo pelo cabo. Eu utilizei do codec LDAC, já dá conta do que tenho aqui.

Filtros. Outro recurso que o Flamingo traz são esses filtros sonoros, que ao todo são 7 tipos: Apodizing fast, Fast linear, Slow linear, Fast minimum, Slow minimum, Corrected minimum, e Brick wall. Aqui mais uma vez falo com sinceridade de que não consegui ouvir diferença nenhuma entre os 7 filtros… nada de diferente pra mim de um para o outro.

Amplificação. Aqui sim eu senti uma diferença bem interessante. Fiz um teste com o Tin HiFi P1 e achei sim que o Flamingo foi capaz de empurrar esse fone. O interessante aqui é que não temos um botão de ganho, o som vai expandindo conforme o você vai aumentando o volume no potenciômetro, então é preciso chegar no volume 80 para que o som comece a se destacar. No Tin P1 por exemplo, só começa a ficar interessante dos 85 pra cima. Existe uma diferença muito grande quando o volume está abaixo de 75, ele fica realmente, baixo. Talvez com um fone mais sensível esse número possa ser menor, entretanto, com o Jasper, era de 70-75-80 de volume pra ele ficar ideal (e olha que eu escuto música num volume de médio pra baixo). Eu coloquei rapidamente no vol. máx. com o P1 e o som ficou bem alto, só mesmo pra testar se ele ia distorcer o som, e felizmente ele não distorceu, mas é meio que impensável ouvir qualquer IEM nesse volume.

Comparativo. Ultimamente eu tenho utilizado o DAC/AMP Dongle Questyle M15 para avaliar os produtos, ele é um equipamento portátil, então essa comparação talvez não seja muito justa. A minha visão sobre a sonoridade mais “quente” do Flamingo é justamente em comparação com a sonoridade que escuto hoje com o M15, pelo que eu pude notar, o Flamingo consegue ter a capacidade de entregar graves mais volumosos do que o M15. Na questão da espacialidade (ou palco sonoro), o Flamingo também consegue entregar uma sensação muito mais ampla nas músicas do que o M15. Com essa presença a mais nas regiões mais graves, os médio-agudos do Jasper acabaram ficando mais “equilibrados”, isso é, eles apresentaram uma sensação de estarem mais baixos, então em contraste com o M15, o dongle da Questyle acabou ficando com uma sonoridade mais “fria” em relação ao Flamingo.




Se você chegou até aqui, muitíssimo obrigado!

Considere seguir o Facebook e o Instagram do site para receber todas as novidades em primeira mão!

Crie um site ou blog no WordPress.com

Acima ↑