REVIEW IN ENGLISH: CELEST RELENTLESS REVIEW
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INTRODUÇÃO:
A Kinera Audio tem investido bastante em difundir a sua empresa-irmã, a Celest Audio. Ultimamente, a Celest tem colocado uma quantidade boa de novos produtos na nossa comunidade. O Celest Relentless é atualmente o fone flagship da empresa (da Celest), ou seja, o fone mais caro e o que oferece uma experiência mais premium.
Contextualizando, “Relentless” se origina da literatura de fantasia chinesa, “Shanhaijing”, Clássico de Montanhas e Mares. Conta a história de Lass, a filha mais nova de Yan Di, que tragicamente se afogou enquanto nadava no Mar da China Oriental. Ela foi posteriormente transformada no pássaro conhecido como “Relentless”. Relentless, determinada a evitar que tal tragédia acontecesse com os outros, assumiu a responsabilidade de proteger os seres vivos recuperando-os do mar. O design do fone é baseado em seu conto trágico e heroico da literatura de fantasia.
Preço: $169 dólares (USD)
Cor: Preto/Azul
Cabo: Sem Mic
Celest reviews: Pandamon, Gumiho, Plutus Beast, Pandamon 2.0, Wyvern Abyss
CELEST LINKS:
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ESPECIFICAÇÕES:
Híbrido:
- (1) Driver Dinâmico (DD) de 8mm (graves para os médios)
- (6) Armaduras Balanceadas (BA) 29689 & 10012 Custom BAs (médios para médio-agudos, e agudos)
– Frequência efetiva: 20Hz – 20kHz
– Impedância: 27Ω
– Sensibilidade: 105dB/mW
– Plugue Modular: 3.5mm e 4.4mm balanceado (reto)
– Material do cabo: cobre banhado a prata 5N
– Conectores: 2 pinos 0.78mm (destacáveis)
– Material da Shell: Resina 3D
– Tamanho do cabo: 1.2m
– Peso do fone: 5.7g (um lado)(sem ponteira)
– Peso do cabo: 31.6g (com plugue 3.5mm)
– Peso do cabo: 33g (com plugue 4.4mm)
– Peso total (caixa, fones, etc): 294.7g
– Tamanho da caixa: 18cm [C] x 13.8cm [L] x 5.7cm [P]
UNBOXING:
ASPECTOS FÍSICOS:
Construção: O gosto é algo subjetivo, certo? Então, na minha opinião, esse é um dos fones mais bonitos que já avaliei. Até então, da Celest, eu tinha achado que o Wyvern Abyss era o mais bonito… até chegar o Relentless. Impressionante que a empresa saiu daqueles designs de Gumiho e Pandamon (1.0), para esses aqui… Simplesmente da água para o vinho.
A qualidade do fone acompanha a qualidade da estética, a shell (corpo do fone) foi feita em resina 3D pela HeyGears, uma das melhores empresas de impressão 3D. Então, temos aqui um fone de excelente qualidade, a resina é muito boa, bem lisinha e anatômica. É possível ver os dutos de passagem do som ligando os drivers ao bocal do fone, característica que vemos em produtos de nível mais avançado.
Eartips (ponteiras / borrachinhas): Aqui temos um ponto positivo e um ponto negativo. Se por um lado a empresa colocou um kit de ponteiras com quantidade, por outro lado, as ponteiras inclusas – na minha opinião – são muito genéricas. Foi ótimo eles terem colocado ponteira com furo normal, wide bore (bocal aberto), e ponteiras de espuma, há uma variedade legal aqui, a questão é que, as ponteiras são sempre as mesmas, e você não sente nada de especial, parecem ponteiras que encontramos no Aliexpress que nem marca tem… Eu estou aqui com o Celest Wyvern Qing – review em breve – o fone custa menos de $30 dólares, e digo à vocês que a única opção de ponteira que veio com o fone já é melhor do que todas que vieram com o Relentless. Então, fica o questionamento: como que a empresa colocou ponteiras melhores num produto de entrada, e não no seu flagship? Talvez por ser um fone mais novo (o Qing) já seja um sinal dessa mudança, vamos acreditar que seja isso.
Outra questão sobre essas ponteiras do Relentless, elas tem o tubo bem grosso, e quando é assim, eu nunca me dou bem… sempre prefiro ponteiras mais finas, porque gera uma inserção mais confortável nos meus ouvidos. Eu entendo que eles colocaram essas com tubo grosso para gerar um “agarro” maior no bocal do fone, só que por outro lado, acaba sendo uma ponteira desconfortável, pelo menos pra mim. Então, é possível que você tenha que fazer aquisição de ponteiras para o Relentless (isso é bem subjetivo). Eu avaliei o fone com as SpinFit CP100 de tamanho M.
Cabo: O cabo do Relentless eu achei de ótima qualidade, a estética é muito bonita também. Me lembrou bastante o cabo do Thieaudio Hype 2, apesar do estilo do trançado e das peças serem diferentes. O cabo tem boa maleabilidade, fácil de enrolar para guardar, não possui memória (vincos), não possui microfonia, e também não embaraça facilmente. Ele vem com conectores 2 pinos, que atualmente acho ser o melhor tipo. Os earhooks (ganchos) na minha opinião poderiam ser lisos, ao invés desses que seguem a ondulação do cabo… mas não senti desconforto. O Chin Slider só funciona quando os fones estão nos ouvidos, caso contrário, a peça escorrega.
Sistema modular: Aqui também temos um ponto positivo e outro negativo. O positivo é por ter realmente os plugues destacáveis e vir com as opções 3.5mm e 4.4mm balanceado, isso é sempre uma vantagem por não precisar comprar outro cabo. Por outro lado, o ponto não tão positivo é que esse sistema modular escolhido pela empresa não é tão eficiente na hora de trocar os plugues. Vocês podem ver no vídeo de unboxing ou nas fotos que são 4 pinos, então você precisa ter um pouco de paciência e cuidado na hora de encaixar os pinos no plugue. Além disso, existe a posição exata de encaixar, então você também precisa ter mais atenção para não encaixar o plugue na posição errada. Tudo bem não é nada de absurdo, mas penso que atualmente já existem sistemas modulares mais eficientes, a citar, o sistema da Dunu utilizado no Titan S2 e no cabo Lyre Mini.
Encaixe e conforto: Em termos de encaixe, o fone ficou super bem encaixado, estabilidade 100%. O isolamento é excelente. A inserção eu achei média. Em termos de conforto temos duas situações: o peso e o tamanho. Primeiro, penso que ele é um fone confortável por ser um fone bem leve, apenas 5.7g. É confortável também porque a shell é muito boa, qualidade excelente. Nesse quesito o fone é impecável, agora, vale ressaltar que o Relentless não é um fone tão pequeno, eu tenho um ouvido que considero tamanho médio, e achei que o fone preencheu bastante o meu ouvido, então penso que ele é um fone um pouco maior do que a média dos fones que venho avaliando. Talvez pessoas que tem um ouvido muito pequeno, o Relentless pode ficar de certa forma grande, então, eu recomendaria o fone para pessoa que possuem ouvidos de tamanho médio ou grande.
Acessórios: Característico da Celest, veio também o pingente com a imagem da Relentless, um case (estojo) semirrígido com fechamento em zíper, e uma escovinha de limpeza. O estojo é bom, compacto, embora por ser um fone flagship, penso que poderia vir algo com mais requinte, quiçá um estojo com fechamento magnético. Fica a reflexão.









ASPECTOS SONOROS:
A sonoridade do Celest Relentless eu compreendi como sendo um fone V-Shape (desenho em V). O fone apresenta um tuning bem “maduro”, consistente, não tem nada de anormal, é um som V-Shape bem acertado. O grande diferencial é ter ótimas tecnicalidades para o preço cobrado, o detalhamento é muito bom, geralmente fones híbridos com armaduras balanceadas conseguem apresentar um bom nível de desempenho técnico. Provavelmente se esse fone tivesse sido lançado pela marca Kinera, ele estaria custando mais, então, houve um benefício deles terem lançado pela Celest. É atualmente o melhor fone da marca que já ouvi.
Não tem muito o que comentar, a sonoridade V-Shape todos já sabemos como é: Graves com ênfase, médios inicialmente recuados mas com pinna gain ligeiramente avançado, e agudos com vitalidade. O Relentless é um fone que é mais voltado para o som divertido e energético, isso já diz que ele vai conseguir tocar uma ampla faixa de estilos musicais, principalmente os que necessitam de uma dose extra de graves.
Nessa faixa de preço, atualmente temos outros dois fones bem famosos, o Truthear Nova e o Simgot SuperMix 4. São 3 fones distintos, dentre eles, o SuperMix 4 fica perto da sonoridade que me agrada mais, embora o Relentless e o Nova também são excelente fones. Me arrisco até dizer que gostei mais do Relentless do que do Nova (mas infelizmente não pude fazer um comparativo lado a lado). O pinna gain do Nova é realmente um pouco mais acentuado do que eu curto, e também achei os agudos do Nova mais escuros do que os do Relentless.
Graves:
Quantitativo: Os graves do Relentless são de moderados para cima. Apesar de ter graves com boa presença, ainda acho que não entra no nível basshead. Evidente que quem gosta de um fone com graves, o Relentess vai ser uma boa pedida sim. O fone entrega uma boa quantidade de sub-graves e médio-graves, então você tem essas duas regiões meio que de forma linear. Ele tem sub-graves que ao meu ver são sim bem audíveis, mas que não atrapalham a apresentação. É uma quantidade boa mas não é exagerada, não extrapola. Os graves possuem boa extensão. Vai conseguir tocar bem os gêneros como Metal, Rock, POP, Hip-Hop, EDM, etc. Não escutaria Jazz porque prefiro algo com menos sub-graves (subjetivo).
Qualitativo: Aqui temos graves que se impõem, tem bastante massa, força, substância, impacto, textura e fisicalidade. Como disse acima, a quantidade não é exagerada, então, na minha opinião, fica dentro do aceitável. Os graves geram calor à apresentação, mas por ser um fone V-Shape (com agudos também), o som fica bem equilibrado, você tem o “quente” dos graves e o “frio” dos agudos. Os graves tem boa definição e boa velocidade. A única coisa que percebi é que em algumas ocasiões eles ficam muito massudos, você sente aqueles graves bem “carnudos”. Isso é bom para determinados tipos de música e instrumentos, por exemplo, musica eletrônica ou contrabaixo (elétrico), você ganha em mais textura e vigor. Por outro lado, instrumentos acústicos e músicas acústicas acabam ficando com muito corpo e peso, o que talvez seria melhor se fossem graves mais limpos, mais secos (na minha opinião).
Médios:
Quantitativo e qualitativo: Os médios inicialmente possuem um leve recuo, mas a região dos médio-agudos volta a ter um acréscimo maior. A parte dos médios iniciais sofre um pouco de conflito com os graves, uma vez que o boost nos graves acaba deixando essa região dos médios um pouco “escura”, então o som fica mais quente e com menos detalhamento. Mas logo o fone recupera o fôlego e o pinna gain ganha uma clareza e uma transparência melhor, aparece mais detalhamento também.
Acho que, além do tuning (FR), a divisão das frequência nos drives também teve relação direta nesse quesito citado acima, isso porque se a gente for analisar a implementação do Relentless, o driver dinâmico (DD) ficou responsável por tocar os graves e os médios iniciais, as BAs 29689 ficaram para os médios e médio-agudos, e as BAs 10012 ficaram para os agudos altos. Penso que teria sido melhor ter deixado o DD só para os graves, e as BAs para os médios e agudos. Mas eu tô só filosofando, não sou engenheiro de áudio… agora, sobre o som, não vejo isso como um demérito, penso que é apenas a característica do fone.
Vozes: Fone muito bom para ambos os tipos de vozes: masculinas/graves ou femininas/agudas. Como a minha biblioteca tem mais vozes masculinas/graves, eu achei que o Relentless foi um pouco melhor com esse tipo. Os graves do fone entregam muita textura e fisicalidade, isso é muito bom para vozes baixas ou barítonas. Mas eu ouvi algumas músicas com vozes tipo mezzo-soprano e soprano, e achei que o fone ficou legal também, ele só não foi “o mais excelente fone” para esse tipo de voz (na minha opinião).
Agudos:
Quantitativo: Os agudos do Relentless são de moderados pra cima. A proposta V-Shape sempre traz agudos um pouco mais acentuados. Para mim, a quantidade está ótima, nem muito nem pouco. Eu não curto fones escuros, mas também não gosto de fones com agudos muito elevados. Não vi problema nenhum com os agudos do Relentless, acredito ser um fone que não causa fatiga auditiva. Evidente que por ser um fone V-Shape, ele vai entregar agudos acima do neutro, aí fica a critério da pessoa, se for muito sensível aos agudos. A extensão é boa.
Qualitativo: Os agudos do Relentless são muito bons, possuem nível de agudos de fones mais caros (que já ouvi). São agudos que tem vida e energia. O detalhamento, a definição, o arejamento, são ótimos. O fone não apresentou picos ou coloração indevida. Não são agudos estridentes, não são agudos ríspidos, e não apresentaram sibilância. O brilho é muito bom, traz detalhamento e vitalidade, sem soar fora do normal. O Relentless por ser um fone em que as frequências agudas são divididas por mais de uma armadura balanceada, ele consegue renderizar muito bem mais de um instrumento agudo ao mesmo tempo. Solos de guitarra e pratos de bateria, tudo tocando ao mesmo tempo com muita definição e separação.
Palco sonoro: Ótima sensação de palco sonoro. A espacialidade é de média pra grande. Essa é a vantagem de você ter médios não tão para frente, a sonoridade V-Shape cria essa sensação de que os instrumentos estão mais distante do seu ouvido. A sonoridade também tende a um lado um pouco mais quente, o que gera também uma sensação de preenchimento, ou seja, o som parece ser maior, mais amplo.
Separação instrumental: A separação instrumental eu achei excelente. Ponto bem positivo desse fone. O interessante é que você consegue percebe uma distinção dos instrumentos que transitam nas regiões mais graves e nas regiões mais agudas… Penso que por ter drivers exclusivos para tocar cada frequência propicia esse fator. Agora, bem verdade os médios desse fone não possuem tanta articulação nessa questão de separação… claro, é possível ouvir tudo o que acontece ali nos médios, mas é porque eu já ouvi fones que os médios realmente eram bem recortados.
Teste de driver flex: Não presenciei som de driver flex ao inserir os fones nos meus ouvidos.
Amplificação: Eu usei o dongle FiiO KA11 conectado ao meu notebook para fazer essa avaliação. O Volume ficou em 25% dos 100% disponíveis pelo Windows. Eu testei também o Relentless direto da placa da áudio do meu notebook e achei que o som não ficou legal, sendo assim, penso que esse é um fone que pode necessitar de pelo menos um dongle simples para tocar melhor. Apesar do FiiO KA11 ser um dongle simples, ele é bem potente, então já fica como recomendação para amplificação do Relentless.



PRÓS E CONTRAS:
– Esteticamente bonito (subjetivo)
– Experiência de unboxing
– Preço/Performance
– Sonoridade V-Shape
– Tuning divertido/energético
– Bom para vários gêneros
– Ótimo micro detalhamento
– Ótima separação instrumental
– Bom palco sonoro
– Cabo modular (3.5mm & 4.4mm)
– Ótimo cabo
– Boa quantidade de ponteiras
– Boa case (estojo)
– Graves um pouco massudos
– Requer pelo menos dongle simples
– Sistema modular poderia ser mais eficiente
– Shell maior do que o habitual
– Ponteiras genéricas
GRÁFICOS POR PRACTIPHILE:


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