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>>Caso você seja novo aqui, recomendo que leia a página “Apresentação”<<
INTRODUÇÃO:
Essa edição do Andromeda que vou avaliar é a do ano de 2018. Em 2019 a Campfire fez algumas modificações na shell mas o som permaneceu o mesmo da edição de 2018, gerando assim a edição Andromeda 2019. Por fim, o Andromeda 2019 ganhou outra nova edição apenas com atualização no tuning, que atende pelo nome de Andromeda 2020.
Vou deixar o link da loja que vende o produto caso alguém tenha interesse (não é afiliado). PS: A loja fica sempre com baixo estoque, é possível não estar disponível no momento que publico a review.
Preço Andromeda AliExpress: ~$600 dólares (USD)
Cores: Verde
Cabo: Sem Mic
Link da loja:
https://s.click.aliexpress.com/e/_DDJ4crD
ESPECIFICAÇÕES:
Full BA: (5) Armaduras Balanceadas (2 Agudos, 1 Médios, 2 Graves)
– Frequência: 10Hz – 28kHz
– Sensibilidade: 115 dB SPL/mW
– Impedância: 12.8 Ohms @ 1kHz
– Plugue: 3.5mm (em L)
– Cabo: Cobre banhado a prata
– Tamanho do cabo: 1.2m (removível)
– Conectores: MMCX
– Material da shell: Alumínio
– Peso da unidade: 5.9g
– Peso total (fones+cabos): 220g
ASPECTOS FÍSICOS:
Antes de começar, dizer que essa vai ser uma avaliação um pouco diferente do padrão que tenho seguido, aqui eu não vou detalhar sobre todos os objetos que acompanham o fone como geralmente faço com os outros produtos que recebo das empresas. Como esse fone foi emprestado, eu falei com o Rapha que nesse caso só precisaria dos fones e do cabo. Eu queria realmente era conhecer o tão falado Andromeda, ter a minha experiência pessoal com o fone, mas assim, nada que me impeça de tentar passar essa experiência que tive com o Andromeda para outras pessoas, não é verdade? E também penso que é um ótimo fone para ter no portfólio de avaliações aqui do site, é um fone que eu considero que tem um preço bem elevado e não é todo dia que tenho a oportunidade de testar fones dessa faixa de preço.
Eartips (ou ponteiras / borrachinhas). Como foi explicado no parágrafo acima, eu não peguei o kit de ponteiras que vem junto com o produto. O amigo Rapha enviou o fone com um par de ponteiras Final E eartips, e acabou que eu achei a combinação interessante, elas vão ser as ponteiras que usei para avaliar o Andromeda.
-A avaliação foi feita com a ponteira de silicone Final E no tamanho P.
Cabo. Aqui eu creio que a parte mais triste do Andromeda. Esse cabo foi um dos mais difíceis que já passou por aqui. O problema na verdade não é o cabo todo em si, e sim a parte que vai do final dos earhooks até o divisor (Y-split), essa parte realmente é tensa… Fiz questão de tirar a foto e deixar algo bem estranho na imagem justamente para que vocês vissem que o cabo tem vida própria. Não tem jeito, essa parte citada do cabo é rígida, pega bastante memória (ondulações), é difícil de enrolar para guardar, não é fácil de manusear, embaraça, gera microfonia, etc. Resumindo, essa parte deixou o cabo do Andromeda com uma impressão bem negativa. O problema é que as outras partes do cabo não são tão ruins assim, tem ali ainda algumas qualidades que podemos destacar, como o cabo ser leve, ter um bom trançado, ser bonito (na minha opinião). Infelizmente um fone que custa esse preço veio com esse detalhe chato, então eu consinto que é possível que os proprietários busquem um upgrade para esse cabo. Ok isso é subjetivo, mas fica aqui a minha observação, o fone tem um preço elevado e talvez você ainda precise gastar mais um pouco para trocar de cabo. Ele vem com o “Chin Slider” (peça que regula a abertura dos cabos que vão para os falantes) e a peça traz eficiência pro que foi destinada a fazer.
Earhooks (ou ganchos de orelha). Eu sempre digo nas minhas avaliações que o melhor design para um earhook é quando é em estilo tubular, sem ondulações. Esse earhook do andromeda tem as tais ondulações, mas vejamos, nesse caso aqui não implicou em nenhum problema, o conforto foi ótimo. A curvatura eu achei ótima também, os earhooks são bem leves e finos, o que no final das contas resultou num conforto muito bom, o fone até “some” da orelha. Foi uma pena mesmo ter acontecido o que mencionei no parágrafo anterior. Aí fica mesmo à critério do proprietário do fone, se troca o cabo ou se continua com o original.
Os conectores do Andromeda são do tipo MMCX, e como todos já sabem, eu tenho preferência por conectores 2 pinos. A questão do MMCX pra mim é que eu não gosto quando ele fica girando de forma frouxa, como se estivesse folgado. Aqui no caso do Andromeda esse detalhe não acontece, ele tem a capacidade de fazer o movimento mas não fica “solto”. Ele ficando no lugarzinho dele, tá ótimo, assim como acontece com o meu FiiO FH3.
Encaixe. Esse é um detalhe que gera muita dúvida nas pessoas, se o fone vai apresentar algum problema decorrente ao fato dele ter esse design mais “achatado” nas extremidades. Essa parte da avaliação não tem pra onde correr, é muito subjetiva, eu estou relatando a minha experiência com o fone, para outra pessoa pode ser exatamente o oposto. A gente viu aí o que aconteceu com o Tin HiFi C2, para muitas pessoas o fone ficou bom/confortável, e para outras o fone gerou incômodo. Claro que são produtos distintos, então você não pode tomar o exemplo de um como a verdade absoluta. O C2 para mim ficou muito bom e o Andromeda para mim ficou ótimo. O fone é ficou bem estável nos meus ouvidos, e também bem discreto, sem partes prosusas, a shell é chapada (reta), então o fone fica bem escondido nos meus ouvidos. A inserção eu achei média, e o isolamento eu achei médio/Ok.
Em questão de conforto, o Andromeda pra mim foi ótimo, me surpreendi quando comecei a testar, ele tem um design horizontal, porém nos meus ouvidos ele ficou na diagonal, assim não tive nenhum ponto de pressão. O fone é feito em metal (alumínio) e ele é bem leve, só não é mais leve que fones de plástico/resina. Tive a grata felicidade do fone não encostar na parte de trás da minha concha, então fica aquela sensação de eu não estar usando fone de ouvido, é o que a gente chama de “sumiu nos ouvidos”. Eu realmente não tive problema com essas “quinas” do Andromeda, até porque tudo é bem polido, não tem pontas afiadas. Acho que aí vai depender mesmo da anatomia do ouvido de cada um, se o ouvido for muito pequeno, talvez o fone possa ficar encostando em algum ponto e gerar algum incômodo. Eu considero sim o Andromeda um ótimo fone pra passar um bom tempo escutando sem se preocupar com desconforto.
ASPECTOS SONOROS:
A sonoridade do Campfire Andromeda eu compreendi como Warm – U-Shape (Quente – Desenho em U). O fone realmente impressiona por ter uma tonalidade muito agradável e ao mesmo tempo ter tecnicalidades que se destacam. Eu achei o Andromeda excelente por isso, ele consegue ser muito versátil, se você vai escutar um gênero que busca mostrar as nuances dos instrumentos, tipo um Jazz, o fone vai entregar desempenho técnico, ou se a pessoa vai escutar um gênero mais relaxado, o fone também consegue se adaptar e entregar uma sonoridade envolvente.
O Andromeda consegue ser um fone com bastante resolução e detalhamento sem precisar forçar para o lado da sonoridade analítica, bright (fria/brilhante), assim como ele também tem uma certa dose de diversão mas sem abusar na quantidade de graves. O interessante desse fone é que – pela minha perspectiva – um adjetivo que cairia muito bem para descrever o Andromeda seria: confortável. Se eu entregar esse fone pra pessoa mais experiente no hobby ou pra uma mais iniciante, creio que certamente a resposta delas seria que se sentiram bem escutando esse fone, e que não perceberam nada de “errado” no som (ex: muito grave, muito agudo, etc). Obviamente o gosto faz cada um de nós querer coisas diferentes, que é mais do que o normal.
O quantitativo de graves do Andromeda. Eu penso que o nível dos graves ficou entre o moderado e o moderado pro alto. De certo as ponteiras e/ou a amplificação pode gerar um resultado para mais ou para menos, como é assim também para uma boa parcela dos fones. Aqui a questão pro meu gosto eu prefiro quando o fone tem um pouco mais de intensidade nos sub-graves do que nos médio-graves – um equilíbrio entre as regiões também é o interessante. No Andromeda eu senti que o fone apresenta um pouco mais de foco nos médio-graves, embora aqui os médio-graves não são tão destacados assim, então o som fica mais “linear”, sem “inchaço”. Mas o fone tem sim sub-graves presentes, só que tipo, para música eletrônica (EDM) eu penso que o Andromeda não seria a melhor opção, isso porque eu entendo que esse gênero necessita de um destaque maior nas áreas mais baixas do som, para tentar extrair mais vibração (na minha opinião). Não senti decaimento nos graves, a extensão é boa. Se me perguntassem se eu indicaria o Andromeda para Bassheads, eu diria que não, mas penso que se eles escutassem o fone também não se sentiriam frustrados.
Em termos qualitativos, os graves do Andromeda são controlados, são limpos, definidos, tem corpo, tem calor. Fisicalidade não é muito a dos graves aqui, creio que vai depender um pouco da gravação nesse quesito. O impacto talvez sejam uma das características que mais se destacam nos graves do Andromeda, não por excesso, mas sim por ser audível de uma forma exata, o kick em um bumbo de bateria ou a batida em outros instrumentos de percussão, fica muito coerente com o real. Os graves do Andromeda não são estrondosos, não são lamacentos, não são inchados, não são abafados, e não invadem os médios. Os graves desse fone se dão muito bem com gêneros que são mais acústicos, que tem violão, bandolim, etc, só que claro ele também vai tocar bem os instrumentos amplificados como guitarra, contrabaixo e etc, mas a questão é extrair mais nuances dos instrumentos acústicos por causa da ótima resolução que o fone traz.
Os médios. O Andromeda pode ser considerado um fone com médios mais recuados, e de pinna gain mais suave (principalmente se olharmos a resposta de frequência do fone), só que na prática essa região – para mim – não soa tão recuada assim, isso porque a resolução que o fone apresenta aqui nos médios é realmente algo muito bom, poucos fones que eu ouvi trazem um recorte tão bom como o que a Campfire fez aqui com o Andromeda. São médios com muito detalhamento, transparência, e informação, então mesmo o fone não tendo uma característica mais “pra frente” aqui nessa região, é possível escutar tudo com muita nitidez. Daí penso que ao mesmo tempo que é algo doce, também não sem negligencia o desempenho técnico, e essa combinação pra mim foi o que fez os médios do Andromeda não soarem distantes ou escuros. Caixas de bateria tem sim mais suavização no som, porém sem perder a capacidade de mostrar a definição das batidas. Flautas, saxofones, trompetes ficam com sonoridade eufônica e ao mesmo tempo com muita informação e detalhamento.
As vozes. Aqui temos algo bem interessante, algo que me fez lembrar o que eu ouvi quando testei o Audiosense DT300. Na ocasião lá, e aqui agora, a sensação que fica é como se os vocais fossem retirados da gravação e depois inseridos para tocar exclusivamente por um driver (BA), então passa a sensação de um recorte perfeito da voz, e também da localização do(a) vocalista. Em questão de timbre, para mim, tocou bem ambos tipos de vozes – masculinas/graves ou femininas/agudas. Agora, é meio que sabido que o fone por ter esse pinna gain mais baixo vai fazer com que timbres mais altos fiquem suavizados na apresentação. Por outro lado, vozes de timbre mais baixos o Andromeda consegue tirar uma textura legal. Muito bom também ouvir vozes mais sussurrantes aqui com esse fone, a resolução e o arejamento faz esse tipo de voz ganhar uma sensação muito sedutora.
Os agudos do Andromeda em questão de quantidade. Para mim eles tem uma presença satisfatória e penso que eles ficam no nível do moderado. Aqui novamente as ponteiras podem fazer uma leve diferença no som, por exemplo, se a pessoa usar uma ponteira com furo mais aberto (wide bore), aí sim pode ser que os agudos flertem para um lado mais bright, agora, pra mim as Final E eartips deram certo de primeira, os agudos ficaram num ponto agradável sem perder a vitalidade. Aqui vai valer algo semelhante ao que disse na parte dos graves, se não é um fone que indicaria para Bassheads, também não indicaria para os Trebleheads, mas penso que esses não iriam se desagradar com os agudos do Andromeda. Eu que gosto de ouvir Jazz clássico com uma sonoridade mais bright (fria/brilhante) e pude me dar por satisfeito com os agudos do Andromeda, creio que em parte por causa da questão qualitativa dos agudos. Não senti sensação de decaimento, a extensão achei boa.
Os agudos em termos qualitativos. Os agudos do Andromeda tem resolução, rapidez, são claros, vivos, não possuem picos, nem coloração. O detalhamento dos agudos é muito bom, a nível de micro detalhamento. O arejamento também é muito bom. O brilho se apresenta de uma forma muito bem feita, sem soar cristalino. Os agudos do Andromeda não são estridentes, não são afiados, não são ríspidos, não são fatigantes, e não apresentaram sibilância em momento algum. Performance técnica mais do que esperada aqui com os agudos do Andromeda. Sons de harpa, triângulo carrilhão fica tudo com um brilho muito limpo e detalhado, e sem soarem de forma fina ou artificial. Violinos se apresentam com maestria e timbre muito coerente. Notas mais agudas de pianos tem muita definição e velocidade, a exemplo da música “Chopin: grande valse brillante in E-flat major, Op. 18” que lá pelo tempo de 0.46 segundos você escuta toda rapidez das teclas e do som. PS: essa música está na playlist para testar os gêneros do site.
Palco sonoro (soundstage). A sensação de palco sonoro eu achei excelente. Sempre escutei geral falando sobre a espacialidade que o Andromeda traz, e agora pude confirmar. Sim, esse fone tem uma espacialidade muito boa, o som é amplo em profundidade, altura e largura. A Campfire utiliza um sistema chamado Tuned Acoustic Expansion Chamber™ (T.A.E.C.) que na teoria faz a sonoridade do fone não soar comprimida, é possível que essa seja uma das razões pela qual o som se apresenta mais aberto. E também como o fone não tem um pinna gain tão “pra frente”, isso acaba diminuindo aquela sensação do som estar muito próximo ao tímpano. Eu confesso que gostei bastante do palco sonoro do Andromeda mas eu não me surpreendi tanto assim porque quando eu ouvi o Audiosense AQ4 eu tive uma sensação de bastante espacialidade no som também, que quiçá igual ou talvez até maior do que a do Andromeda. Uma pena eu não ter mais o AQ4 aqui para poder fazer essa comparação lado a lado, então esse relato vai ficar apenas como uma recordação.
Separação instrumental. A separação instrumental eu achei excelente. A imagem estéreo do fone é ótima, e os espaços entre os instrumentos (e voz) também é ótima, ponto muito positivo para esse fone. Tudo fica muito bem localizado e definido, o som não embola em momento algum, nem com músicas de muita instrumentação, como samba, pagode ou música clássica (lembrando que a separação pode variar também de acordo com a gravação e outros processos durante a produção musical). Eu sempre comento que acho que fones híbridos ou Full BAs tem um desempenho técnico superior aos fones Single DD – na minha opinião – mas claro também sei que isso não é uma regra, é só uma percepção individual do que experimentei na minha jornada, posso mudar de opinião no futuro.
Teste de Driver Flex. O Andromeda é um fone que possui apenas armaduras balanceadas (BA), então, esse parágrafo pode ser eliminado, uma vez que BAs não produzem ruído de driver flex. Para aqueles que ainda não conhecem o que é “driver flex”, eu coloquei a explicação aqui nesse link.
Amplificação. Eu utilizei o FiiO KA5 conectado ao meu notebook para fazer essa avaliação. A configuração que coloquei foi a seguinte: saída 3.5mm, dongle em 120 passos (vol. máx), high gain, e 15% de volume no Windows. Eu tinha começado a escutar o Andromeda no low gain e com 20% de volume, mas no meio do caminho eu fiz essa modificação que citei anteriormente. Para mim o resultado com o high gain e diminuindo o volume ficou perfeito, som limpo e dinâmico. O Andromeda é um fone bem sensível e não precisa de uma fonte muito potente para tocar corretamente. Entretanto, é preciso ficar atento que nem toda fonte que você colocar o Andromeda vai soar tão limpo, eu testei direto da placa de áudio do meu notebook (Realtek) e o ruído de fundo ficou bem audível, o som não ficou legal, sendo assim eu penso que talvez seja bom a pessoa buscar pelo menos um equipamento que gere menos ruído possível no som.
Gosto é subjetivo, então aqui vai a lista dos estilos musicais que eu achei que combinaram mais com esse fone. Lembrando que foram apenas alguns gêneros testados e alguns poucos artistas. Se eu coloquei que combinou com tal estilo e outro não, não significa que você não possa ouvir o seu gênero musical preferido com este fone e adorar. Então, aí vai
Combinaram:
Clássica
Reggae
Metal
Jazz
MPB
POP
Rock
Blues
Samba
Pagode
Sertanejo
Bossa Nova
Forró
Nem tanto:
Hip Hop/Rap
Eletrônica
Axé
Link da Playlist:
GRÁFICOS POR MUSICAFÉ:
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