QOA MARGARITA

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>>Caso você seja novo aqui, recomendo que leia a página “Apresentação”<<

INTRODUÇÃO:

Primeiramente, gostaria de agradecer ao amigo Geraldo Rocha, o nosso querido TUTI, que foi quem me emprestou o fone para avaliação, se não fosse por ele essa avaliação não seria possível. O TUTI é um dos grandes apoiadores no cenário da audiofilia brasileira, então, o meu muito obrigado ao amigo! Um forte abraço!

QoA – Queen Of Audio. Já sabemos que a empresa é uma subsidiária da Kinera, então, se encontrarem alguma semelhança por aí, não estranhem, pois são praticamente a mesma empresa. Hoje eu vou avaliar o QoA Margarita, fone que conta com quase a mesma configuração de drivers do Kinera URD, a diferença é de apenas um driver dinâmico a menos em sua composição.

Reviews anteriores da QoA: Vesper2

Preço: $549 dólares (USD)
Cores: Preto ou Preto/Dourado
Cabo: Modular (Sem Mic)


Link da QoA:

https://s.click.aliexpress.com/e/_DdelWl5


ESPECIFICAÇÕES:

Híbrido:

(2) Drivers Eletrostáticos Sonions EST65DA01 (para agudos)
(1) Driver Dinâmico (DD) revestido de titânio de 7mm (para graves)
(1) Armadura Balanceada (BA) QoA Custom QA11021 (para médios)

– Frequência: 5Hz – 50kHz
– Sensibilidade: 110dB
– Impedância: 61Ω
– Plugue modular: 2.5mm, 3.5mm, 4.4mm banhado a ouro (reto)
– Cabo: Cobre revestido a prata de alta pureza (PVC)
– Tamanho do cabo: 1.2m (removível)
– Conectores: 0.78mm 2 pinos
– Material da shell: 3D Resina
– Peso da unidade: 2.5g




ASPECTOS FÍSICOS:

Eartips (ou ponteiras / borrachinhas). Vamos começar pelas ponteiras do Margarita. Aqui vieram 2 tipos de ponteiras em silicone (tamanhos P/M/G) e 1 tipo em foamtips (espuma)(tamanho único). Como vocês podem ver as ponteiras aí nas fotos, eu achei que o kit foi muito simples, principalmente porque o fone custa $549 dólares, então, não é um fone de entrada, mas que na minha opinião vieram ponteiras “de entrada”. A própria Kinera/QoA lançou o Kinera Hodur custando $299 dólares e o fone vem com um pacote completo de ponteiras da Final E eartips, então, era o ideal que um fone custando quase o dobro do Hodur viesse com um kit mais elaborado. Enfim, por mais que as ponteiras aqui não tenham nada de especial, eu pude colocar as cinzas & vermelhas e achar que elas ficaram boas para fazer a avaliação do fone.

-A avaliação foi feita com a ponteira de silicone cinza & vermelha no tamanho M.

Cabo. O Margarita possui um cabo com plugues modulares (2.5mm Bal, 3.5mm SE, 4.4mm Bal). Esse sistema modular utilizado nesse cabo é ótimo, porque não deixa o plugue muito grande. Eu tive um leve problema com o cabo modular do Kinera Idun Golden, os plugues eram muito duros de destacar, e a superfície do plugue era muito lisa, e isso fazia a mão escorregar. Felizmente, esse do Margarita foi tranquilo, os plugues conseguem ser destacados de forma bem fácil. Pode ser também que por o produto já ter sido usado outras vezes, ele acabou ficando mais macio. O cabo é realmente muito bonito, chama muita atenção, é um ponto de destaque no produto. Além de bonito é funcional também, não é pesado, não possui microfonia, e é fácil de enrolar para guardar. As duas únicas observações que faço sobre esse cabo é que ele embaraça um pouco (nada de crônico), mas também foi fácil de arrumar, se você enrolar do jeitinho certo com a mão, ele não apresenta esse problema, aí vai muito do uso e do usuário. E a outra coisa é que apresenta leves memórias (ondulações) em sua extensão, coisa pouca mesmo, eu que tô sendo crítico demais. O cabo vem com o “Chin Slider” (peça que regula a abertura dos cabos que vão para os falantes) e a peça traz eficiência pro que foi destinada a fazer.

Earhooks (ou ganchos de orelha) e Conectores. O earhooks são bons, tem uma boa curvatura, não geraram nenhum problema no encaixe ou no conforto. A única observação que faço é sobre o tipo que foi adotado, que pra meu gosto, eu prefiro que os earhooks sejam totalmente lisos, estilo tubular, sem ondulações. Isso é algo muito subjetivo, eu prefiro que seja tubular porque foi o tipo que eu testei que me gerou mais conforto. Quando os earhooks tem aquela ondulação, pode ser que em alguma ocasião possa gerar desconforto. Os conectores do Margarita são de estilo 2 pinos 0.78mm (tenho preferência por esse tipo de conector porque não deixa a conexão rotacionar). Os conectores do Margarita não possuem indicação por letras (L e R – esquerdo/direito) para a pessoa se orientar, a única indicação é pelas cores embaixo dos conectores (vermelho = lado direito). Penso que um fone desse preço vai ser mais fácil de ser adquirido por pessoas que já estão a um certo tempo no hobby, assim essa questão das letras não é tão necessária.

Encaixe. Sabemos que esse é um ponto bem subjetivo, mas é sempre bom compartilhar a experiência porque alguns fones tem designs duvidosos mas que na prática são Ok, já outros tem um design que parece Ok mas na prática podem trazer algum detalhe. No caso aqui do Margarita o encaixe ficou muito bom, a estabilidade é ótima, o fone não fica balançando, ele tem um corpo bem preenchido que ocupa os espaços do ouvido (mas que não vira um fone espaçoso). Não vejo o Margarita como um fone largo, e sim como um fone comprido, então algo que não achei interessante foi que o fone ficou protuso no meu ouvido, claro que não é nada de absurdo, só que talvez pra quem tenha um ouvido muito pequeno aí sim o fone fique muito “pra fora” da concha. Para mim, quanto mais discreto o fone for, melhor. A inserção eu achei de média, felizmente não senti sensação de pressão intra-auricular. O isolamento eu achei bom.

Conforto. O conforto do Margarita eu achei muito bom, o fone tem uma superfície muito gostosa, muito lisa e sem partes irregulares, tudo é muito bem arredondado. O fone é feito com uma resina muito boa, ele ficou bem leve, parece que nem tem um monte de drivers internamente. Não senti nenhum ponto de pressão durante o tempo que fiquei avaliando o produto, o design dele é muito anatômico. Aqui eu faço a observação das ponteiras que utilizei, certamente se tivesse utilizado outra ponteira de maior qualidade eu teria ganhado um pouco mais de conforto. Todos sabemos que o material utilizado pelas ponteiras pode influenciar nesse quesito, então aqui eu reforço a critica que fiz sobre as ponteiras disponibilizadas no kit. O Margarita é um fone que eu consegui ficar por bastante tempo sem tirar dos ouvidos, então eu penso que é um fone interessante para quem faz longas sessões musicais.

Acessórios. De acessórios inclusos no Margarita, basicamente o fone vem apenas com um estojo rígido revestido em couro sintético, que inclusive é bem parecido ao Case que vem com o AUNE Jasper. Esse tipo Case traz um requinte muito luxuoso ao produto, eu gosto bastante desse tipo de Case. Não é fechamento magnético, é uma tampa normal mesmo, mas é bem seguro, não abre facilmente.



ASPECTOS SONOROS:

A sonoridade do QoA Margarita eu compreendi como Warm – Mild V-Shape (Quente – Desenho em V leve). O fone tem uma ênfase na região dos graves, e nos médios e nos agudos eu colocaria como algo mais coerente e equilibrado. Além do Margarita, eu também estou avaliando o Kinera URD, eu ouvi primeiro o URD e depois ouvi o Margarita, então, o URD é o único referencial nessa faixa de preço que posso me basear (e se bem que eles não estão exatamente na mesma faixa de preço). Os fones até que são parecidos de uma certa forma, embora existam algumas pequenas diferenças que já fazem a sonoridade em ambos soarem distintas. Tanto o Margarita quanto o URD são fones excelentes em termos de som, mas pro meu gosto, eu achei o URD melhor… e também não dá pra excluir a experiência física de cada produto, tipo: o kit de acessórios, o design, e etc. Se for para comparar os dois em termos sonoros, eu diria que o Margarita é um pouco mais energético e divertido do que o URD, ainda que individualmente eu não ache o Margarita um fone energético-divertido. Assim como no Kinera URD, aqui no QoA Margarita aconteceu a mesma coisa com relação à amplificação, então eu recomendo que vocês olhem o respectivo parágrafo sobre a amplificação desse fone.

O quantitativo de graves do Margarita. Aqui eu colocaria que o fone possui graves num nível de moderado para alto. A presença é bem audível. Certamente as frequências de maior destaque nesse fone (na minha opinião). Ainda assim, o fone não vira um basshead, mas acho que ele consegue contemplar as pessoas que curtem uma dose legal de graves em seus fones. O Margarita no meu entender possui mais médio-graves do que sub-graves, então assim, ele tem sub-graves mas os médio-graves estão um pouco mais destacados na apresentação. Não senti sensação de decaimento (roll-off) nos graves desse fone, mas como ele apresenta mais destaque nos médio-graves, é de se esperar que os subs fiquem com uma ligeira sensação de estarem mais baixos. A extensão é boa. Aos que me acompanham a mais tempo, já sabem que eu prefiro um pouco mais de sub-graves do que de médio-graves, o que é meio que o contrário apresentado aqui, aí é uma questão de gosto, o melhor cenário para mim certamente seria um equilíbrio entre essas regiões, mas se for pra escolher, eu prefiro um pouco mais de subs, até por isso eu encontrei no Kinera URD algo mais voltado para o meu gosto.

Em termos qualitativos, os graves do Margarita são encorpados, cheios, quentes, tem massa, tem peso, tem corpo, tem textura. Tem ali uma leve dose de fisicalidade, principalmente após as mudanças que fiz na amplificação. O impacto tem força e vigor, embora não seja algo desproporcional, é possível ouvir o bumbo de uma bateria de forma bem definida e firme. Esse impacto é até diferente do que se tem no Kinera URD, aqui no Margarita é algo mais presente e delineado, enquanto que no URD essa questão do impacto fica mais “relaxada”. Não são graves estrondosos, não são graves lamacentos, não são graves abafados, e também não são graves que invadem os médios. Achei só que eles em algumas circunstância podem soar massudos, mas não perdem a qualidade. Instrumentos de percussão como zabumba ou alfaia ficam com uma batida bem vistosa e firme, notas de contrabaixo soam encorpadas, guitarras ficam com um timbre mais quente, principalmente com os riffs mais pesados, deixa o som mais visceral, mais texturizado.

Os médios do Margarita. Os médios iniciais tem um leve recuo, e os médio-agudos possuem um destaque um pouco maior. Há um equilíbrio muito bom entre as duas regiões, nada soa distante/recuado ou muito “na cara”/agressivo, eu diria que é uma região com uma característica “linear” aos ouvidos. Os médios do Margarita como um todo tem ótima definição, detalhamento, clareza e transparência. Aqui – na minha opinião – existe uma influência dos graves do fone nessa região, o que deixa o som com um toque mais quente, envolvente. O timbre dos instrumentos acabam ficando mais sedoso, mais “aquecido”, sem a frontalidade que alguns fones tem. O Kinera URD por exemplo, eu acho que tem um discretíssimo destaque a mais nessa região, só que na verdade a “culpa” não é dessa região (média), e sim é a região grave do fone que faz isso acontecer. Trompetes tocam com vida e ao mesmo tempo sem soarem duros, sax soprano – Kenny G em Songbird – fica muito melódico, sem incomodar.

As vozes. Ambos os tipos – femininas/agudas ou masculinas/graves – ficaram boas, mas na minha opinião o Margarita consegue ter um desempenho um pouco melhor com as vozes mais graves, o timbre desse tipo de voz fica mais imponente, com uma sensação de preenchimento, encorpadas. Então assim, você pode colocar uma voz mais alta aqui que o fone vai tocar muito bem, agora, na minha opinião, contralto, tenor, barítono e baixo, são os tipos que vão ter um destaque um pouco melhor, vão extrair mais textura. Em comparação do Margarita ao URD, eu preferi o que foi apresentado com o URD, porque para mim o URD é um pouco mais “seco” nessa região (obviamente falando em comparação de um ao outro fone).

Chegando nos agudos, em termos quantitativos, eu penso que os agudos do Margarita estão num nível moderado ou de moderado pro alto. Eu coloquei esse “de moderado pro alto” porque em comparação com o Kinera URD, o Margarita já tem um pouco mais de presença nos agudos, embora individualmente eu não ache que o Margarita tenha agudos altos. De fato para aqueles que tem uma sensibilidade com agudos, eu indicaria o URD, já para quem não tem problema algum, aí sim o Margarita. Não senti sensação de decaimento (roll-off) aqui no Margarita, já no URD eu presenciei uma baixa, uma intensidade menor nos sons mais altos. Penso que assim o Margarita consegue ter uma extensão até melhor que o URD (ainda que no URD eu consegui ouvir tudo de minha biblioteca sem sentir ausências).

Os agudos em termos qualitativos. Os agudos do Margarita são versáteis, vivos, rápidos, possuem uma ótima definição, bom arejamento, sem picos, sem coloração. O brilho dos agudos do Margarita já é um pouquinho mais acentuado do que o do URD, enquanto que o do URD soa mais natural e suave, o do Margarita é um pouco mais enérgico e brilhante. O detalhamento é ótimo e está num nível de micro detalhamento, na música “Sonhei – Lenine (ao vivo em Cité remaster)” é possível ouvir Ramiro Musotto (percussão) tocando um prato que gera uma vibração que perdura por um longo tempo na apresentação. Os agudos do Margarita não são estridentes, não são ríspidos, não são afiados, não são fatigantes, e não possuem sibilância (músicas que já tem uma certa sibilância na gravação o fone fica no limite mas não incomoda). Chimbais se apresentam com bom detalhamento e sem soarem ríspidos, carrilhão tem brilho e vida, pratos de bateria tem ótima definição, pandeiro meia-lua tem ótima resolução.

Palco sonoro (soundstage). A sensação de palco sonoro eu achei muito boa. Em profundidade o fone desenvolve bem, os sons se apresentam com um boa sensação de distância, gerando um boa espacialidade. Em altura e largura ele também tem uma medida muito boa, os sons não soam compactados. O Margarita se parece com o URD nessa tecnicalidade, só que ele não tem aquela leve frontalidade nos médio-agudos que o URD tem, daí então o som fica até mais recuado do que o URD. A sensação de espacialidade do Margarita não é nenhuma coisa de outro mundo, mas somado à boa separação instrumental, o nível fica acima da média.

Separação instrumental. A separação instrumental eu achei excelente. A imagem estéreo do fone é muito boa. É possível escutar todos os instrumentos tocando de forma bem nítida em seus lugares. Aqui acho que o URD leva uma discreta vantagem, principalmente porque o URD tem menos médio-graves, e aí a apresentação fica mais “linear”, no Margarita os graves (instrumentos graves) ficam ocupando mais espaço do que eu gostaria. Mas assim, isso não deixa a apresentação embolada, é só uma questão de que os espaços entre alguns instrumentos vão diminuir porque o som grave vai ter uma característica de mais expansividade, eles vão ocupar mais a apresentação (vai depender da gravação também), no URD eu já acho que esse fator é mais equilibrado (lembrando que a separação pode variar também de acordo com a gravação e outros processos durante a produção da música).

Teste de Driver Flex. O QoA Margarita possui um driver dinâmico (DD) em sua composição, então precisamos testar se ele faz o ruído do driver flex. Pelos meus testes aqui, o Margarita não apresentou nenhum sinal de driver flex durante o tempo que fiquei avaliando o fone. Para aqueles que ainda não conhecem o que é “driver flex”, eu coloquei a explicação aqui nesse link.

Amplificação. Eu usei o DAC/AMP dongle Questyle M15 conectado ao meu notebook para fazer essa avaliação. A saída utilizada foi a 4.4mm Balanceada e o dispositivo com seletor no modo “Gain”, ou seja, com ganho ativado. O volume utilizado foi o nível 35% dos 100% disponíveis pela escala de volume do Windows. Foi basicamente a mesma configuração que utilizei no Kinera URD, então, eu também acho que o Margarita vai melhor com algum equipamento que disponha de um poder maior de amplificação do que o trivial dos celulares, tables, iPads, etc. Dongles mais simples talvez não façam um trabalho muito legal com esse IEM. Agora assim, isso é apenas uma recomendação, pode ser que alguém escute o fone com uma fonte mais fraca e se agrade com o resultado, então é em parte subjetivo (na minha opinião).


Gosto é subjetivo, então aqui vai a lista dos estilos musicais que eu achei que combinaram mais com esse fone. Lembrando que foram apenas alguns gêneros testados e alguns poucos artistas. Se eu coloquei que combinou com tal estilo e outro não, não significa que você não possa ouvir o seu gênero musical preferido com este fone e adorar. Então, aí vai

Combinaram:

Eletrônica
Hip Hop/Rap
Reggae
Metal
MPB
POP
Rock
Blues
Samba
Pagode
Sertanejo
Bossa Nov
a
Forró

Nem tanto:

Jazz
Clássica
Axé


Link da Playlist:



GRÁFICOS POR HBB:



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