QOA VESPER 2

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>>Caso você seja novo aqui, recomendo que leia a página “Apresentação”<<

INTRODUÇÃO:

A Queen Of Audio – QoA – é uma das empresas subsidiárias da Kinera Audio, tal como a Celest Audio também. Eu já fiz uma avaliação de um fone da QoA que foi o QoA Margarita, entretanto, essa review ainda não foi publicada, então isso faz com que na prática a review de hoje do QoA Vesper 2 seja a primeira avaliação de um fone da marca aqui no site.

Como vocês já devem saber, o Vesper 2 teve o seu antecessor, o Vesper 1 (ou apenas Vesper), que infelizmente eu nunca tive a oportunidade de ouvir, lembro que na época do lançamento eu fiquei muito tentado a adquirir uma unidade, porém, eu tinha recém investido no Shozy Form 1.1, então isso me fez deixar escapar essa chance de conhecer o Vesper.

Preço: $79 dólares (USD)
Cores: Azul / Laranja
Cabo: Sem Mic

Link da Queen Of Audio:

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ESPECIFICAÇÕES:

Híbrido:
– (1) Driver Dinâmico (DD) de 10mm PET
– (1) Armaduras Balanceada (BA) Knowles 32873
– Frequência: 20Hz – 20KkHz
– Sensibilidade: 114dB
– Impedância: 23Ω
– Plugue: 3.5mm (reto)
– Conectores: 2 pinos 0.78mm
– Cabo: 5N cobre banhado a prata
– Tamanho do cabo: 1.2m (removível)
– Material da Shelll: 3D Resina
– Diâmetro do bocal: 6mm
– Peso do fone: 3.6g (um lado)
– Peso do cabo: 30.5 g
– Peso total (caixa, fones, etc): 189.2g
– Tamanho da caixa: 12.2cm [C] x 13.2cm [L] x 4.7cm [P]

ASPECTOS FÍSICOS:

Eartips (ou ponteiras / borrachinhas). Aqui vieram dois tipos de ponteiras, ambos em silicone, um tipo em “bocal aberto” (wide bore) e o outro tipo em estilo “normal”. As de “bocal aberto” são as de cor azul, e as “normais” são as de cor cinza/laranja. A QoA descreve em seu site que as ponteiras são “Vocal” e “Balanced”, entretanto, a empresa não faz a distinção de qual é qual especificamente… Pelo meu tempo de vida nesse hobby, acredito que as “Vocal” sejam as azuis, e as “Balanced” sejam as cinza/laranjas.

-A avaliação foi feita com as ponteiras “Balanced” cinza/laranja no tamanho M.

Sempre digo que não curto ponteiras “bocal aberto” e quase sempre nem utilizo elas quando as empresas colocam, mas dessa vez eu cheguei a testar as que vieram. Na prática, eu achei que elas iriam abrir mais os médio-agudos do fone, porém a tentativa foi sem sucesso (pra mim). Eu testei o fone também com as Moondrop Springtips tamanho G e também não me agradei com a sonoridade entregue pelas ponteiras. Fiz um teste com as FiiO HS18 tamanho G e gostei do resultado, é uma ponteira que indicaria para uso com esse fone. Agora assim, as ponteiras “normais” (balanced) que vieram com o fone podem apresentar uma sonoridade interessante também, até por isso escolhi elas para avaliar o fone, a grande questão aqui é que elas tem a espessura do tubo mais larga, e geralmente eu prefiro ponteiras mais finas. Mas isso é coisa de um ajuste pros meus ouvidos, as ponteiras que vem com o fone são de boa qualidade. Penso que é possível achar a sonoridade do fone com as que vieram no kit.

Cabo. Uma parte que é sem dúvidas um ponto forte do produto… esse cabo é simplesmente muito bom mesmo, uma obra-prima dos cabos, a começar pela beleza, e depois pela questão física e prática. No quesito estético eu realmente me impressionei, tudo nele é bonito, desde o trançado, as peças, até a cor prateada (quase um branco), tudo encaixou bem. O bom de tudo é que ele não é só beleza, tem boa usabilidade também: não pega memória (ondulações), não gera microfonia, não embaraça facilmente, é fácil de enrolar para guardar. Eu considero esse cabo como sendo leve… agora, existem cabos mais leves? Certamente que sim, mas posso garantir que esse daqui não é pesado, não gera incômodo, algo que por exemplo eu achei que aconteceu com o cabo do Letshuoer S12, com o passar do tempo ele adicionava um certo “peso” na orelha (pra mim). Se a gente for pesquisar um cabo com essa qualidade aqui, eu aposto que o preço vai ser na casa dos $50 dólares para mais (o Vesper 2 custa $79). Então, só vi benefícios nesse acessório. O chin slider, talvez seja o único calcanhar de Aquiles desse cabo, porque a peça não tem tanta efetividade assim, ela desliza pelo cabo. Agora assim, esse é um pequeno detalhe, eu mesmo nem faço questão dessa peça, mas pra quem usa, fica o aviso.

Earhooks (ou ganchos de orelha) e Conectores. Os earhooks do cabo são muito bons, tem uma boa curvatura, e não me incomodaram em momento algum. Eu sempre falo que não curto muito essas ondulações no material, eu prefiro quando é liso (tubular), mas felizmente esse detalhe passou despercebido. O Vesper 2 tem conectores estilo 2 pinos de 0.78mm (para mim é o melhor tipo de conector). O fone já vem conectado ao cabo, mas eu conectei e desconectei os pinos de forma bem fácil, sem problema algum, a qualidade deles é ótima. Os conectores não possuem indicação por letras (L & R), apenas pela cor vermelha embaixo de um dos conectores (indicando que é o lado direito).

Encaixe e Conforto. Aqui é sempre um ponto bastante pessoal, não tem fórmula exata. Para mim o encaixe ficou excelente, o fone tem esse design que encaixa na horizontal, o que geralmente facilita muito a acomodação do fone nas conchas, o que também melhora e muito na questão da estabilidade. Aqui com o Vesper 2 ele ficou 100% estável nos meus ouvidos. O fone é discreto, não deixa partes protusas para fora do ouvido. O isolamento eu achei bom, e a inserção em achei média. Penso que pode ser um fone interessante para quem busca uso como monitoração (de palco), por causa do formato semi-custom (pelo menos acho melhor do que usar fones da KZ).

O Vesper 2 tem um tamanho muito parecido com o Shozy Form 1.1, fone que eu acho até hoje o mais confortável que já testei (exceto os bullets), só que o Shozy é um pouco mais magro que o Vesper 2, a diferença é mínima na verdade, então o Vesper 2 entra no raking dos mais confortáveis que já testei porém não destrona o Form 1.1. Eu diria que a única diferença a pontuar é que o Shozy tem um bocal mais fino, então pode ficar mais confortável para quem tem canal auditivo muito estreito, por outro lado o isolamento com o Vesper 2 é melhor. O Vesper 2 é um fone realmente muito bom para ficar usando por horas, a resina é de ótima qualidade, o fone é bem leve, tem um formato bem anatômico. Sei que isso é algo subjetivo mas penso que o Vesper 2 é um fone que nessa parte de conforto vai alcançar um número muito alto, se não 100% de usuários satisfeitos.

Acessórios. De acessórios inclusos, o Vesper 2 vem apenas com um estojo semirrígido revestido em couro sintético e fechamento por zíper. A propósito, o estojo é ótimo, cabe o fone muito bem, sem apertos e sem folgas, tem espaço para guardar umas ponteiras ou um dongle mais simples.

ASPECTOS SONOROS:

A sonoridade do QoA Vesper 2 eu entendi como Warm – U shape (Quente – desenho em U). O fone tem graves que se destacam na apresentação, médios mais recuados, e agudos mais comedidos. Certamente eu penso que o Vesper 2 não é um fone de som energético/vivo, ele tem uma sonoridade mais calorosa, sedosa, relaxante, se aproxima mais de um fone escuro (dark). Eu senti falta de um pinna gain um pouco mais pra frente, mas isso pro meu gosto, não necessariamente isso seja um demérito, existem situações que um pinna gain (médio-agudos) muito agressivo também pode deixar a apresentação de forma “dura”. O grande ponto positivo do Vesper 2 eu entendo que é se afastar completamente de soar cansativo ou fatigante, quem é muito sensível à essas duas regiões (médio-agudos e agudos) pode se sentir contemplado com esse fone.

Vamos começar falando dos graves. Em termos quantitativos, os graves são de moderado ou de moderado para cima, tem bastante presença aqui, principalmente porque as outras frequências são mais baixas na apresentação, então os graves se destacam. Esse é um fone para bassheads? Eu diria que esse não é o fone com mais graves que eu já ouvi, mas de certo pessoas que gostam de graves iriam curtir o que tem aqui. Eu mesmo tenho preferência quando o fone tem mais graves do que menos, apesar que isso também vai muito do que eu estou escutando (o gênero ou a música). Não senti sensação de decaimento (roll-off), a extensão é boa. Em quesito médio-graves e sub-graves, penso que ambas as regiões estão presentes, embora a região dos sub-graves não é tão intensa, como a de um Truthear Hexa por exemplo.

Em termos qualitativos, os graves do Vesper 2 são firmes, definidos, controlados, quentes, tem corpo, tem peso, tem fisicalidade, tem textura. O destaque vai para o impacto dos graves, que demonstra uma definição muito boa, a “pancada” é bem delineada, não chega a ser nem um kick muito forte nem muito fraco. Não são graves estrondosos, não são graves lamacentos, não são graves abafados. Em algumas situações os graves podem se destacar mais que os médios, mas não vejo o que tem aqui como um sangramento nos médios. Graves muito bons quando se trata de violão ou contrabaixo, os sons ficam encorpados e com textura, você sente o som se expandindo, saindo de dentro da caixa (no caso do violão). Bom também para gêneros como EDM, Hip-Hop, ou Reggae.

Os médios. Aqui temos médios mais recuados, tanto os médios centrais como os médio-agudos. Eu estava um tempo fazendo review de fones com os médios mais pra frente e quando peguei o Vesper 2 eu senti aquela diferença de projeção, mais precisamente o pinna gain do fone é que tem essa sensação de ser mais contido, então, sons de caixa de bateria, vozes, saxofones, ficam sempre mais suaves, mais recuados na apresentação. Que fique claro que isso não é um problema, até porque é possível ouvir todos os sons com boa definição e clareza, é apenas uma característica do tuning do fone. Se por um lado os sons ficam mais “baixos”, por outro não soam agressivos. Riffs de guitarra ficam mais encorpados e mais macios ao invés daquele “rasgado” seco.

Vozes. Como dito no parágrafo acima, os vocais tendem a ficar mais quentes e sedosos, o que no meu entender, aqui beneficiou as vozes masculinas/graves ao invés das femininas/agudas. Quanto mais grave a voz for, mais o fone vai extrair textura. Nesse caso aqui em particular eu não achei tão interessante para ouvir MPB com o fone, penso que seria interessante um pouco mais de destaque no pinna gain… não que eu seja fã de fones com essa região muito destacada, mas pro meu gosto, eu achei que o Vesper 2 poderia ter um pouco mais de quantidade mesmo.

Agudos em termos quantitativos. O Vesper 2 eu achei que tem agudos num nível de moderado, e em algumas situações até do moderado para baixo. Fone discreto aqui nessa região das frequências mais altas. Tem uma música do Incubus – “Sick Sad Little World” que tem um solo de guitarra com agudos bem encardidos, quase sempre dá uma alfinetada em alguns fones, mas aqui com o Vesper 2 foi tranquilo, passou sem mostrar o tal detalhe. Penso que pode ser um bom fone para quem tem sensibilidade aos agudos mais altos. O fone apresentou uma sensação de decaimento (roll-off) nos agudos, a extensão não é das melhores aqui, não que eu escute até os 20kHz ainda, mas dá pra ouvir que os sons mais finos vão ficando cada vez mais baixos, enquanto que em outros fones isso não acontece.

Em termos qualitativos. Os agudos do Vesper 2 são calmos, controlados, suaves, polidos, sem picos, sem coloração. O brilho desse fone é mais relaxado, polido, não apresenta sinais cristalização do som. O detalhamento é ok, o fone não é um campeão em detalhamento, penso que tem detalhe apenas o suficiente. Achei que falta um pouco mais de arejamento. Não são agudos estridentes, não são afiados, não são ríspidos, não são fatigantes, e também não apresentaram sibilância em nenhuma situação. Chimbais ficam polidos mas não perdem a definição, sinos e carrilhão não soam afiados ou cristalinos, bandolim se apresenta de forma coerente e sem soar afiado.

Palco sonoro (soundstage). A sensação de palco sonoro eu achei muito boa. O som tem uma boa amplitude para as três direções: profundidade, altura e largura. Esse recuo do pinna gain ajuda bastante ao som ficar mais aberto, justamente porque não soa como se estivesse próximo ao tímpano. Os sons ganham uma boa espacialidade aqui com o Vesper 2.

Separação instrumental. A separação instrumental eu achei boa. Tudo me soou com boa precisão e nos seus devidos espaços, sem embolar. Músicas que tem muito grave na gravação aí o som dos instrumentos mais graves aparecem com maior destaque, até porque acredito que a questão do fone ser híbrido e ter um driver dinâmico só para os graves ajuda também (lembrando que a separação pode variar também de acordo com a gravação e outros processos durante a produção musical).

Teste de Driver Flex. O Vesper 2 tem driver dinâmico em sua composição, sendo assim, é preciso fazer o teste para saber se ele apresenta o ruído do “driver flex”. Então, testando aqui o fone, ele apresentou um pequeno ruído sim, mas foi algo muito discreto, não chega a incomodar. Eu já ouvi fones que isso realmente foi um problema, mas posso garantir a vocês que o Vesper 2 está longe de ser algo que preocupe. Para aqueles que ainda não conhecem o que é “driver flex”, eu coloquei a explicação aqui nesse link.

Amplificação. Eu usei o DAC/AMP FiiO Q11 conectado ao meu notebook para fazer essa avaliação. A saída utilizada foi a 3.5mm SE e o dispositivo com seletor no modo “High Gain”, ou seja, com ganho ativado. O volume eu deixem em 100% na escala do Windows e no Q11 eu deixei potenciômetro próximo a 2:10h (em direção ao canto superior direito do Q11). Nos meus testes aqui, o QoA Vesper 2 não precisou de mais amplificação para tocar corretamente. Eu coloquei em high gain por achar que a sonoridade ficou melhor, mas aí sempre eu controlo o volume no potenciômetro para que ele fique mais baixo. Eu testei direto do meu notebook e também do meu smartphone (sem dongle), ambos deram conta do fone.

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Gosto é subjetivo, então aqui vai a lista dos estilos musicais que eu achei que combinaram mais com esse fone. Lembrando que foram apenas alguns gêneros testados e alguns poucos artistas. Se eu coloquei que combinou com tal estilo e outro não, não significa que você não possa ouvir o seu gênero musical preferido com este fone e adorar. Então, aí vai:

Link da Playlist:

Gráficos por Paul Wasabi:

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