REVIEW IN ENGLISH VERSION CLICK HERE: FIIO Q11 REVIEW
>>Caso você seja novo aqui, recomendo que leia a página “Apresentação”<<
INTRODUÇÃO:
Seguindo a linha dos DAC/AMPS portáteis da FiiO, hoje venho avaliar o FiiO Q11. O produto chega com uma faixa de preço muito interessante, ele custa quase a metade do preço de um FiiO Q3 e entrega mais potência do que o DAC/AMP citado (nas duas saídas disponíveis 3.5mm e 4.4mm). Atualmente no mercado, o Q11 parece ser o único produto com as configurações que tem, e pelo preço que possui… pelo menos não tenho ciência de outro com essas condições, o que geralmente vai ser mais fácil de encontrar são dongles.
Preço: $89,99 dólares (USD)
Cores: Preto
Avaliações anteriores da FiiO: FH3, KA1, HS18, JD7, KA5, FD11
Link da FIIO:
https://s.click.aliexpress.com/e/_DEU5gsT
ESPECIFICAÇÕES:
Especificações gerais | |||
Modelo | Q11 | DAC Chip | Cirrus Logic CS43198 |
Cor | Preto | Volume | Potenciômetro analog. |
Peso | 143.2g (Q11 apenas) | Tamanho | 6 x 10.7 x 1.6 cm |
Taxa de amostragem | Azul: ≤48K Amarelo: >48K Verde: DSD | Faixa de impedância | PO: 16 ~ 150Ω |
BAL: 16 ~ 300Ω | |||
Taxa de amostragem máx | 384kHz/32bit (USB, COAX) | ||
DSD64/128/256 | |||
Botões e interface | |||
USB | USB-C 2.0 (dados/energia) | Potenciômetro | Liga/Desliga; Volume |
Chave seletora | Troca de ganho (gain) | LED | Indicador de amostragem |
LED da bateria | Indicador de carga | Saída 3.5mm | Single Ended (SE) |
Conexão SPDIF | Saída 3.5mm (junto com a SE) | Saída 4.4mm | Balanceada (Bal) |
Parâmetros da Bateria | |||
Alimentação | DC5V 2A (recomendado) | Bateria | 2600mAH |
Tempo de carregamento | <2.5h | Tempo de bateria | SE≥13.5h, BAL≥13h |
Vida útil da bateria e condições de teste | |||
Entrada | USB | Saída | 40mV |
Faixa | MP3 44.1K-16bit | Impedância | 32ohms |
Parâmetros de áudio | |||
Parâmetros da saída 3.5mm | |||
Potência de saída | 310mW em 16Ω | Amplitude de saída | ≥2.3V(32Ω,THD+N<1%) |
165mW em 32Ω | ≥ 2.4V (no-load) | ||
19mW em 300Ω | Impedância de saída | < 1.2Ω | |
Faixa de frequência | 20Hz~ 20Khz, alteração na curva ≤ 0.1dB | Crosstalk | ≥70dB(1Khz,32Ω) |
20Hz~ 50Khz, alteração na curva ≤ 0.1dB | SNR | ≥ 122dB (32Ω A weighted) | |
THD+N | < 0.0006% (-3dB, 32Ω ) | Ruído de fundo | 1.8uV”A” |
Parâmetros da saída 4.4mm | |||
Potência de saída | 640mW em 16Ω | Amplitude de saída | ≥4.5V(32Ω,THD+N<1%) |
650mW em 32Ω | ≥ 4.8V (no-load) | ||
75mW em 300Ω | Impedância de saída | < 2.0Ω | |
Faixa de frequência | 20Hz~ 20Khz, alteração na curva ≤ 0.1dB | Crosstalk | ≥102dB(1Khz,32Ω) |
20Hz~ 50Khz, alteração na curva ≤ 0.1dB | SNR | ≥ 125dB (32Ω A weighted) | |
THD+N | < 0.0006% (-6dB, 32Ω ) | Ruído de fundo | 2.4uV”A” |
DISPOSITIVOS UTILIZADOS:
– FiiO FD11
– FiiO FH3
– Tin HiFi P1
– MotoZ3Play
– Dell Inspiron 14 (W10)
ASPECTOS FÍSICOS:
Iniciando pela construção do produto. A FiiO entregou a qualidade de um produto que custa muito mais do que $89.99 USD, como falei na introdução, o Q3 da própria empresa custa quase o dobro do valor do Q11, e assim, não vejo que a qualidade dos materiais foi diminuída aqui, não, o padrão segue sendo o mesmo, ambos excelentes. Ele é todo revestido em metal, e no centro da parte superior temos uma parte em vidro. Nessa parte de vidro vamos ter uma região transparente que mostra um pedaço do circuito interno. Na parte frontal temos as duas saídas (3.5mm & 4.4mm), a chave de ganho, e o potenciômetro. Na parte traseira temos a entrada USB-C e um pequeno LED indicativo de carga.
O Q11 foi muito bem usinado, não possui quinas afiadas, e todas as extremidades são polidas e “achatadas”. Sobre o peso do produto, ele tem uma bateria interna, então vai ter um acréscimo no peso, aqui na minha balança deu 143.2g, penso que não é tão leve porém não muito pesado. Os dois botões são firmes e não ficam chacoalhando, ou seja, são produzem ruído como se estivessem folgados.
O único ponto que sempre falo em todas as reviews de DAC/AMP da marca é que o design traz na parte superior uma espécie de “vinco” no metal, uma área mais rebaixada formando um detalhe no design, e sempre eu alerto sobre a questão de juntar alguns ciscos ou poeira dentro dessa parte. Assim, isso deixa o produto muito mais bonito, só que ao mesmo tempo eu acredito que logo o produto poderá ficar com um aspecto de “usado”, “antigo”. Eu não vou mentir que acho a parte estética melhor com esse design, mas olhando pelo lado da conservação do produto, temos essa questão.
Potenciômetro (botão de volume). A peça é feita em metal (pelo menos foi a impressão que tive aqui). A rolagem do volume nesse potenciômetro eu considerei como sendo “firme”, isso é, ele tem um pouco de resistência ao girar o botão, tipo, não dá pra ir até o máximo com apenas uma rolagem, é preciso fazer o movimento umas duas ou três vezes até conseguir chegar no fim. O potenciômetro além de ser o botão de volume, é também o botão de liga e desliga, ele gera aquele “click”. Um botão de liga e desliga no potenciômetro para mim é um ponto muito positivo, pois posso deixar o Q11 conectado direto no computador e poder desliga-lo (sem precisar desconectar o cabo). Essa questão foi algo que critiquei no iFi ZEN Air DAC e também com o AUNE Flamingo, apesar que nesse último tinha um botão de On/Off na parte traseira do equipamento.
High Gain e Low Gain. O equipamento conta com uma chave seletora para alternar entre Low Gain e High Gain (ganho baixo e ganho alto). Esse recurso disponibiliza a liberação de mais potência para os fones de ouvido. Esse é um recurso sempre muito bom, penso que é algo ideal para ter em todos os equipamentos como esse.
LEDs. O Q11 possui um sistema de LEDs RGB que são divididos em duas partes: A parte relacionada ao funcionamento do produto (4 LEDs na superfície), e a parte relacionada ao funcionamento da bateria (1 LED na parte de trás, logo acima da entrada USB-C).
– O comportamento do LED principal do Q11 é assim: Cor azul o Q11 está ligado e rodando arquivos PCM até 48kHz; cor amarela ele está rodando arquivos PCM acima de 48kHz; e cor verde ele está rodando arquivos DSD. Caso alguém se incomode com o LED superior, é possível desligar o mesmo pelo aplicativo e deixar em dois modos: sempre desligado ou ligar novamente após o reinício.
– O comportamento do LED da bateria é assim: quando está carregando com o aparelho ligado, o LED fica roxo; quando está carregando com o aparelho desligado, o LED fica vermelho, e quando está totalmente carregado e funcionando, o LED fica azul.
FiiO Control App. A FiiO disponibiliza um aplicativo para Android e iOS, por ele é possível controlar alguns recursos do Q11. Atenção: segundo a FiiO, o Q11 não pode ser controlado pela versão do aplicativo para iOS (Apple). Lembrando que aqui as funções do App ficam restritas apenas ao uso com smartphones, mas uma vez que você mudar as configurações, elas irão ficar salvas no equipamento.
Na primeira tentativa de usar o Q11 com o aplicativo instalado num celular da Motorola (Android 9), eu não consegui, não sei o porquê mas o App não reconheceu o Q11… No dia seguinte eu tentei outra vez, e aí sim funcionou normalmente, acho que foi algo relacionado à permissão do App controlar o Q11. Testei em um Samsung (Android 13) e o aplicativo reconheceu o Q11 de primeira.
Vou colocar as capturas de tela do App e penso que elas são bem autoexplicativas, então, seguem abaixo:
Diferente do dongle KA5, o Q11 possui bem menos recursos a serem modificados pelo aplicativo.
Falando um pouco sobre a questão da portabilidade e a bateria interna do produto. O Q11 pode ser utilizado tanto como um DAC/AMP de mesa, como um DAC/AMP portátil, quem vai decidir isso é o usuário. Para mim, o Q11 tem um apelo muito mais voltado para o uso em mesa, pela questão do tamanho e tal, vejo os dongles com mais “portabilidade”, e minha indicação é o FiiO KA5 sem titubear. Eu confesso que a FiiO poderiam ter feito o Q11 sem bateria interna, mas também compreendo que aí o uso com smartphones seria prejudicado, e assim eles fizeram de uma forma que fosse bom para ambos os estilos.
Como o Q11 possui uma bateria interna, ele não usa energia do celular, então o usuário pode ficar despreocupado que não vai descarregar o celular. O Q11 não faz bypass de energia (quando em uso para computador), isso porque ele não tem uma chave para escolher entre usar a energia do computador ou continuar usando a energia da bateria. Penso que o produto ficaria melhor se apresentasse essa solução. É possível utilizar o Q11 normalmente enquanto ele carrega a bateria.
Aquecimento. Enquanto fiz a avaliação do produto, eu fui tocando a superfície para saber se o equipamento aquecia de forma desproporcional. O que eu pude observar aqui é que o Q11 não aqueceu a superfície em momento algum, durante uma hora e até um pouco mais o DAC/AMP permaneceu na temperatura como se estivesse desligado, achei isso um ponto bem positivo, algo raro de se ver. Não aqueceu nem com ele conectado no computador, nem com ele conectado ao celular. Continuou sem sinais de aquecimento mesmo eu usando a saída 4.4mm e o com o high gain ativado.
Até o momento que escrevo essa avaliação, o Q11 não possui nenhuma atualização de firmware disponível, apenas a versão que já vem instalada no produto. Se no futuro isso ocorrer, essa página traz as informações necessárias: https://forum.fiio.com/firmwareDown.do
Essa outra página pode esclarecer algumas dúvidas recorrentes sobre o equipamento (apenas em inglês): https://www.fiio.com/q11_faq
Acessórios. De acessórios inclusos eu tenho que admitir que o kit foi muito bom, 3 tipos de cabos inclusos: 1 cabo USB-A para USB-C (100cm), 1 cabo USC-C para USB-C (12cm), e 1 cabo USB-C para Lightning (iPhone) (12cm). Também vieram duas borrachas para prender o DAC/AMP a um celular, uma retangular para colocar entre os dispositivos e outra que parece uma borboleta, que seria para segurar o Q11 ao celular. Na prática, eu confesso que nem usei essas borrachas com o celular, a explicação penso já disse no parágrafo que falo sobre a portabilidade. O Q11 não possui capa protetora (pelo menos não até o momento que escrevo a avaliação).
O Q11 foi reconhecido de imediato quando eu conectei ao meu computador (Windows10), não precisei instalar nenhum driver. Segundo a FiiO, o Q11 não é compatível com versões anteriores ao Windows10.
ASPECTOS SONOROS:
É preciso lembrar que essa análise é subjetiva, baseada na minha experiência com o produto e também da sinergia com os outros equipamentos que usei aqui. Eu também já informo que a parte mais objetivista do hobby não é muito a minha praia, então, pode ser que algumas informações fiquem limitadas, não sou nenhum expert no lado técnico desse tipo de produto.
A qualidade de áudio do FiiO eu achei ótima. Segundo a FiiO, o DAC chip utilizado no Q11 foi o da empresa Cirrus Logic, modelo CS43198, exatamente o mesmo DAC chip utilizado no dongle KA5. Então basicamente segue a mesma premissa que tive lá com o KA5, a sonoridade do Q11 também teve um desempenho excelente, som muito transparente, definido, e de alta qualidade. Não percebi nenhuma distorção, coloração, ruído de fundo ou som estranho durante os períodos que fiquei testando o equipamento.
High Gain e Low Gain. Em termos de som, a mudança entre High Gain e Low Gain do Q11 é realmente perceptível, o modo High Gain consegue entrar um pouco mais de potência, o som cresce, se expande, os graves ficam mais dinâmicos. Se vocês viram a review do FD11, eu fiz toda avaliação do fone com o Q11 no Low Gain (ganho baixo), não é todo fone que vai precisar utilizar o modo High Gain, eu que tenho uma certa preferência por deixar o High Gain ativado e deixar o volume sempre mais baixo. Com o FH3 eu usei o Q11 com o High Gain, embora o fone não necessite de mais potência para tocar bem. Com o P1 eu também usei o High Gain, porém porque o P1 realmente necessita de mais potência para o som não ficar “fraco”. Num contexto geral, é sempre bem vindo o recurso.
Amplificação. Para mim a capacidade de amplificação do Q11 foi excelente. Claro, aqui é um site só de IEMs e na maioria dos casos IEMs são bem fáceis de empurrar, mas eu tenho aqui o P1 que é um fone mais “chato” de tocar, então assim, o Q11 deu conta do P1 com sobras, não precisei chegar ao final do potenciômetro, embora estivesse sempre usando o fone com o High Gain ativado (penso que para o caso do P1 é realmente necessário). Com os fones que usei na saída 3.5mm – FD11 e FH3 – o Q11 sobrou também, ou seja, ali por volta de 12h (meio dia) no potenciômetro o som já estava satisfatório para os meus ouvidos.
Sobre os filtros digitais. Se vocês viram as capturas de tela que coloquei do FiiO Control App, puderam ver que é possível fazer escolhas entre 5 tipos de filtros digitais. Honestamente, todos os equipamentos que tinham esses recursos de filtros digitais que eu testei, em nenhum eu senti diferença significativa para poder tecer um comentário sólido, e assim, também não sou a primeira pessoa que vejo falando que também não consegue ouvir diferenças entre esses filtros. Então, para mim, esse é um recurso que não tem muita utilidade. Penso que melhor seria se a empresa colocasse um equalizador gráfico lá no aplicativo, creio que iria beneficiar mais pessoas.
Geralmente eu sempre digo que para se dizer como é a sonoridade desse tipo de equipamento, é sempre interessante comparar com outra fonte, porque aí sim temos um referencial, só que nessa review eu acabei não utilizando nenhuma outra fonte além da minha placa de áudio do notebook como referencial, no momento eu vou migrar para o sistema de Digital Audio Players (DAP), então pensei que não seria tão interessante comparar um equipamento com outro, pois são produtos bem distintos. Então, o que eu posso dizer é que em comparação com minha placa de áudio nativa do notebook, o Q11 entregou muito mais qualidade, tirou todo o chiado que a placa de áudio tem, e conferiu bem mais potência para empurrar os meus IEMs. Foi também notável que o Q11 apresentou uma sonoridade mais inclinada para o “quente”, um som mais macio, mais relaxado, enquanto que a Realtek o som é mais frio/brilhante.
Se você chegou até aqui, muitíssimo obrigado!
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