>>Caso você seja novo aqui, recomendo que leia a página “Apresentação”<<
INTRODUÇÃO:
A IKKO Audio é uma empresa chinesa fabricante de fones intra-auriculares, DAC/AMP Dongles, DAC/AMPS Bluetooth, Speakers, HUBS, e alguns acessórios de áudio. A IKKO é uma das empresas que mais buscam explorar a questão estética dos produtos, para eles, o design é também algo de muita importância. A empresa tem em seu portfólio, o intra-auricular IKKO OH10 “OBSIDIAN”, um dos fones que fez bastante sucesso no começo da ascensão dos IEMs chineses.
Eu já tive a oportinidade de testar um DAC/AMP Dongles da marca, o IKKO Zerda ITM01. E também já tive a oportunidade de testar um IEMs deles, o IKKO OH1S “GEMS”, fone que eu considero até hoje o fone com mais detalhamento que já ouvi, principalmente na região das frequências agudas. Hoje eu vou avaliar mais um DAC/AMP Dongle da empresa, o IKKO Zerda ITM02.
O ITM02 está sendo comercializado na loja oficial da IKKO no AliExpress por $59 dólares USD. É possível encontrar o produto por preços até mais em conta em épocas promocionais da plataforma. O ITM02 foi apenas fabricado na cor branca.
Link da IKKO:
https://www.ikkoaudio.com/products/ikko-itm02
https://pt.aliexpress.com/store/911896005
https://pt.aliexpress.com/item/1005004833322743.html
ESPECIFICAÇÕES:
– DAC Chip: AKM AK4377
– THD: -108dB/0.0004%
– SNR: 120dB
– Noise: <0.9μV
– Entrada: USB-C
– Saída: 3.5mm (SE)
– Potencia de saída: 70mW@32Ω
– Suporta: PCM 32Bit/384kHz; DSD128
– LED RGB: Azul (PCM até 32bit/384kHz), Vermelho (DSD128)
– SO compatível: Android; iOS; Windows; Mac OS; Switch; Xbox; PS5
– Material do corpo: Alumínio
– Cabos removíveis: USB-B<>USB-C; USB-C<>Lightning (Apple)
– Tamanho dos cabos: 11.5cm (ponta a ponta)
– Medidas: 39mm(C) x 17mm(L) x 9mm(P)
– Peso: cerca de 9g
DISPOSITIVOS UTILIZADOS:
– Aune Jasper
– Celest Gumiho
– Whizzer DA1
– Earstudio HUD100 MKII
– Motorola Z3 Play
– Dell Inspiron Realtek HDA (W10)
ASPECTOS FÍSICOS:
Começar falando da construção do produto. O IKKO Zerda ITM02 é um dongle destinado ao mercado de entrada, portanto, ele vai ser um dongle mais simples nos recursos físicos, isso é, ele não possui nenhum botão em sua superfície. O produto é completamente liso e o material utilizado no corpo é todo em metal (alumínio). O dongle conta apenas com a saída 3.5mm em uma extremidade, e a porta USB-C na outra.
É sem dúvidas um dos dongles mais leves que já testei, e também um dos mais minimalistas também. Nas fotos pode até parecer que ele possui um certo tamanho avantajado, mas é pura impressão, quando peguei o produto em mãos eu vi que era minúsculo. Esses dispositivos são feitos para serem plugados na saída USB-C dos celulares, então, quanto menor e mais leve, melhor. Nesse quesito o ITM02 correspondeu à expectativa. É um produto muito portátil e minimalista.
O ITM02 possui um LED RGB em uma das superfícies do dongle. O LED possui apenas duas cores: vermelho ou azul. O significado de cada cor é o seguinte: Luz Azul para arquivos PCM de até 32bit/384kHz; e luz Vermelha para arquivos DSD de até DSD128. Quando não tem nenhum sinal sendo reproduzido, o LED não emite luz nenhuma (apaga).
Cabos. O ITM02 foi um dongle produzido com a possibilidade de remover o cabo, e ele vem com dois cabos inclusos no pacote : um USB-C para USB-C, e outro USB-C para Lightning (Apple). O material utilizado nos cabos é estilo um plástico emborrachado. Ele possui uma característica mais rígida, porém não impede de fazer um movimento de flexão. Até então me passou confiança quanto à questão da durabilidade, mas em preferência, eu tendo aos que são em estilo Paracord ou trançados (subjetivo).
Um detalhe nessa seção dos cabos é que eu achei estranho os conectores não encaixarem completamente dentro da porta USB-C. Tipo, vocês podem ver em algumas fotos – mais abaixo – que fica ali um pedaço do conector pra fora da porta USB-C. Eu até achei que não estava correto e tentei fazer uma força pra ver se entrava mais, porém sem sucesso, o design é esse mesmo, fica um pequeno espaço entre o produto e a cabeça do cabo. Mesmo assim, a estabilidade da conexão não foi afetada, o cabo fica bem estável ali na porta USB-C.
Outro detalhe que percebi foi que o produto não acompanha um adaptador USB-A (ou cabo com conexão USB-A) para fazer uso do dongle em computadores. Bem verdade o produto foi destinado a uso em smartphones, mas na minha opinião seria de bom grado que a empresa colocasse pelo menos um adaptador USB-C para USB-A, assim contemplaria as 3 principais conexões. Esse é um detalhe que volta e meia acontece com produtos desse tipo.
O produto não suporta arquivos MQA. Estou baseando essa afirmação totalmente nas especificação do produto, uma vez que não faço uso desse tipo de arquivo. Para mim, os testes com o ITM02 ocorreram todos apenas com arquivos FLAC 16bit/44.1-48kHz e arquivos de streaming como Spotify. Particularmente eu não vejo a necessidade de ouvir música nesses formatos (DSD, MQA, ou até mesmo arquivos de 96kHz em diante), mas reconheço que tem pessoas que usam então é importante que os produtos tenham a capacidade de tocar esses arquivos.
O consumo de bateria usando o fone AUNE Jasper, foi de 9%. O smartphone que usei tem bateria de 3.000mAh. O teste foi realizado durante 1h de reprodução, com a tela desligada e o WiFi desligado (modo avião). O volume foi estabelecido no nível 12 dos 15 disponíveis pelo Android. Lembrar que esse é um teste simples apenas pra tirar uma base, não são números de extrema precisão.
Aquecimento. O teste do aquecimento eu faço pelo tato. Durante o tempo que o produto está testando o consumo da bateria, eu vou tocando na superfície pra sentir se ele está esquentando de forma mais expressiva. Então, eu testei num dia considerado quente aqui para minha minha cidade, e o ambiente estava sem interferência de ar condicionado. Na minha opinião, ao final de 1h de reprodução, o produto esquentou de forma razoável. Então assim, houve um aquecimento na superfície, embora não foi algo excessivo nem que colocasse em risco o usuário.
Como citei mais acima, o ITM02 não veio com um adaptador do tipo USB-A pra fazer uso em computadores e notebooks. Felizmente eu pude trocar o cabo por um que eu tinha aqui e assim pude fazer os testes em meu notebook. O dongle funcionou perfeitamente, não precisei instalar nenhum driver, ele foi reconhecido automaticamente pelo Windows10. Segundo a IKKO, o produto é “Plug & Play”, ou seja, não necessita de instalação drivers.
Penso que nos “aspectos físicos” isso é tudo a ser abordado. O ITM02 é um dongle voltado ao mercado de entrada do hobby dos fones, e também para suprir a ausência da porta 3.5mm dos smartphones atuais. O produto é bem simples, e quanto mais simples, menos tem a ser acrescentado sobre o mesmo. Vamos aos aspectos sonoros.
ASPECTOS SONOROS:
É preciso lembrar que essa análise é subjetiva, baseada na minha experiência com o ITM02 e também da sinergia do dongle com os outros equipamentos que usei aqui para fazer os testes. Eu também confesso que não tenho muito conhecimento das questões objetivistas desse tipo de equipamento, então, é preciso fazer uma reflexão antes de levar tudo 100% ao “pé da letra”.
A qualidade de áudio do IKKO Zerda ITM02 eu considero como muito boa, o som pra mim se apresentou de modo satisfatório, ou seja, um som que traz pureza, transparência e ausência de coloração (na minha opinião). Não presenciei nenhum ruído, distorção ou som estranho durante os períodos de teste com o equipamento, entretanto, houve um episódio que irei relatar no parágrafo seguinte. Segundo a IKKO, o produto está implementado com o DAC da AKM (Asahi Kasei Microdevices), modelo AK4377.
Esse parágrafo acima são minhas impressões do produto baseado com os fones mais “normais” que testei (Aune Jasper e outros), porém, eu também utilizei o Celest Gumiho, fone que no meu entender é um fone muito sensível (9Ω e 106dB±1dB). Infelizmente aqui o dongle não performou como o desejado, na minha percepção, o dongle acabou gerando um distorção de forma audível com o fone citado. Então, a minha recomendação é que se você tiver um fone muito sensível, é preciso ficar atento a esse detalhe. Demais fones testados o ITM02 foi tranquilo e aprovado.
Teste com o Aune Jasper. De fato, não é um fone que necessita de muita potência para ser empurrado corretamente. Ele tem a capacidade de escalar um pouco quando é conectado a uma fonte mais potente, mas no ITM02 ele já conseguiu ter um desempenho satisfatório. Lembro que quando testei o fone com o Earstudio HUD100 MK2, eu acabei preferindo a sonoridade que vinha da saída de menor potência. Uma curiosidade é que o HUD100 MK2 tem o mesmo DAC chip que o ITM02. Eu fiz o teste colocando no volume máximo no ITM02 e ele não entrou em clipping (distorção). Eu achei que ficou bem alto no último volume, o ideal pra mim ficou ali nos níveis entre 11-12 dos 15 disponíveis pelo Android.
Teste com o Celest Gumiho. Se leram os parágrafos anteriores, então meio que já sabem que houve uma saturação no sinal o que acabou fazendo o fone entrar em clipping (distorção). Mas como dito antes, esse foi um caso específico em que o fone testado tem um perfil muito sensível. Eu não cheguei nem a testar no volume máximo porque antes disso o fone já estava apresentando tal característica.
Um ponto positivo do ITM02 é que ele consegue reproduzir a música do início ao fim… Aí você se pergunta: “mas esse não seria o objetivo do produto?”, eu digo que sim, porém nem todos os dispositivos que tem no mercado estão habilitados a reproduzir os primeiros milésimos de segundo da música. Explicando melhor… Alguns dongles que testei aplicam um “fade in” (aumento progressivo) no som, então você acaba perdendo o comecinho da música. Por exemplo, eu presenciei essa questão quando avaliei o FiiO KA1.
Mas também calma que esse “fade in” nos outros produtos não é algo constante. Isso só ocorre quando eu seleciono a primeira música, apenas na primeira vez. Tipo assim, eu abri um arquivo FLAC, ou eu iniciei uma música num serviço streaming, aí sim acontece, mas uma seleção em andamento ocorre tudo normal. Então vejo o ITM02 tendo esse ponto positivo, por deixar a música na íntegra.
Dizer qual é o timbre de um DAC/AMP de forma independente (sem comparar a outro produto) pra mim não faz muito sentido, se a pessoa não tiver outro produto como referencial, o som no final das contas pra ela vai ser o “normal”. Para esse tipo de produto eu entendo que é preciso ter pelo menos outro ao lado – nem que seja a placa de áudio do computador – pra poder dizer: “esse é mais bright, esse é mais warm” (minha opinião).
Dito isso, eu aproveitei e fiz um rápido comparativo do ITM02 com o Whizzer DA1, e o resultado entre os dongles – pra mim – foi que o ITM02 apresentou uma sonoridade mais “warm-neutral” (quente/neutra), o som ficou com uma característica mais “doce”, “flat”. Enquanto que o DA1 mostrou ser mais tendendo ao “bright” (frio/brilhante), bem como uma sonoridade mais energética também. O DA1 apresentou mais destaque em soundstage (palco sonoro) e em “força”, na questão de apresentar mais intensidade, mais corpo no som como um todo. Lembrando que o que disse é apenas sobre um em relação ao outro… Se eu disse que um é bright, não necessariamente ele pode ser bright de forma individual, mas sim em comparação ao outro produto que foi usado como parâmetro.
Na parte física o ITM02 é um pouco menor, o DA1 é mais comprido. Ambos ficaram com a sensação de ter o mesmo peso. O DA1 possui controle de volume. O ITM02 por sua vez consegue remover os cabos, você pode colocar um cabo maior ou de outro tipo para usar com o computador, já o DA1 o cabo é fixo. Se preza pela estética, o ITM02 vai combinar melhor com dispositivos brancos, e o DA1 com os dispositivos pretos. O ITM02 está pronto pra ser plugado tanto em Android quanto em iPhones, porque vem cabos para os respectivos aparelhos, já o DA1 está mais voltado ao uso com Android e computadores (pois veio um adaptador USB-A).
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