

















>>Caso você seja novo aqui, recomendo que leia a página “Apresentação”<<
INTRODUÇÃO:
A Dongguan Zuodu Acoustics Technology Co. Ltd. ou mais conhecida como TRN Audio, é uma empresa chinesa fundada em 2017 e que fabrica fones intra-auriculares (IEMs), fones TrueWireless (TWS), Earbuds, módulos Bluetooth, cabos, ponteiras, e Cases. Uma verdadeira tem de tudo no mundo do áudio. A empresa é bem famosa no hobby por oferecer produtos mais acessíveis.
Eu já avaliei um fone da marca, o TRN TA1 MAX, fone muito bom pela construção/som em sua faixa de preço. Hoje eu irei avaliar o TRN MT3, fone com apenas um falante dinâmico por lado (Single DD). O MT3 está sendo vendido na loja oficial da TRN no AliExpress por volta dos $15 dólares (USD). É possível encontrar o produto por preços ainda mais baixos em épocas promocionais. O fone foi fabricado apenas na cor preta. Existe a opção de cabo com mic ou sem mic.
Link da TRN:
https://trnhifi.pt.aliexpress.com/store/5083233/
https://pt.aliexpress.com/item/1005004799626426.html
(1) Driver Dinâmico de 10mm por lado (Revest. Titânio)
Frequência: 20Hz – 20kHz
Sensibilidade: 114dB (1kHz)
Impedância: 28Ω
Plugue: 3.5mm banhado a ouro (em L)
Cabo: Cobre banhado a prata 4 núcleos
Tamanho do cabo: 120cm±3cm (removível)
Conectores: 2Pin 0.78mm QDC
Material da shell: Liga de zinco
Peso: 8.8g (um lado)
Peso do cabo: 10g
ASPECTOS FÍSICOS:
Eartips (ou ponteiras/borrachinhas). Vieram 3 tipos de ponteiras e todos 3 tipos em silicone. As brancas nos tamanhos P/M/G; as pretas nos tamanhos P/M/G; e as novas “T-Eartips” (ponteiras proprietárias da TRN) no tamanho M. As brancas eu gosto bastante, são ponteiras que eu considero fundamental que tenha em todos os fones de entrada. As pretas infelizmente eu não curto, elas me lembram as primerias ponteiras que a KZ usava – não a starline, a outra – eu fico com uma sensação de estar sendo “cutucado” pelo bico da ponteira. E por fim, as novas T-Eartips, que nos remetem às ponteiras SpringTips, da Moondrop.
Já que tocamos no assunto, na minha opinião, o silicone utilizado nas T-Eartips é bem semelhante com o silicone das SpringTips, todas duas tem um silicone bem macio e são muito confortáveis. Agora, o que muda é o formato, as T-Eartips segue um padrão mais comum de ponteiras, isso é, o diâmetro do tubo é bem “normal”, se assim poderia dizer. Já as SpringTips o diâmetro é mais aberto, fazendo a ponteira se inclinar para um perfil mais ‘wide bore’ (bocal amplo). Então, pra mim, eu daria prioridade às T-Eartips justamente porque não curto muito ponteiras ‘wide bore”. Uma coisa que peca nas duas é que o tamanho em ambas são menor do que o de costume, ou seja, o tamanho M pode virar um tamanho P. Vai depender de ouvido pra ouvido, mas eu achei que elas são um pouco menores que o de costume. Notar que eu apenas fiz um comparativo do que eu lembro das SpringTips, pois não possuo elas aqui em mão para fazer um side-by-side.
Se observaram, eu coloquei duas fotos da embalagem das T-Eartips aí na galeria, porém essas ponteiras não vem inclusas no pacote, elas são vendidas separadamente. O que aconteceu foi que a TRN estava dando de brinde um pack dessas ponteiras para quem adquirisse o MT3. Infelizmente só veio o tamanho M, então, penso que não seria interessante fazer uma análise completa dessas ponteiras. A T-Eartips que vem com o MT3 é apenas um par no tamanho M. Eu acabei usando as eartips *brancas* no tamanho M para fazer a avaliação do fone.
Cabo. O cabo do MT3 é o mesmíssimo do TA1 MAX, então, não tem surpresas, tudo o que experimentei lá com o TA1 MAX, se repete aqui. Cabo básico, prático, de boa usabilidade, leve, fácil de enrolar para guardar, não tive nenhum problema crítico de embaraços, baixo nível de microfonia… Apenas presenciei um pouco de memória em sua extensão, então dá pra ver algumas pequenas ondulações no cabo. Num contexto maior, o cabo do MT3 é um ponto que eu considero como positivo nesse produto. Infelizmente ele não possui o “Chin Slider” (peça que regula a abertura dos cabos que vão para os falantes), mas eu não faço uso dessa peça.
Earhooks (ou ganchos de orelha). A avaliação desse quesito também vai seguir a mesma premissa que já foi dita na review do TA1 MAX. Então, se lá eu gostei, aqui será o mesmo. Ponto positivo, no meu entender. A curvatura – pra mim – foi muito boa, os ganchos ajudaram bastante no encaixe do fone, e tudo com muito conforto.
Conectores. Esse fone vem com conectores do tipo 2 pinos QDC. Para quem está iniciando no hobby agora, o conector QDC é aquele que possui um proteção envolta dos pinos. Já o conector de 2 pinos “normal”, os pinos ficam expostos (mais suscetível a ser entortado). Os conectores do MT3 possuem a indicação de encaixe no corpo dos fones por meio das letras L & R (esquerdo e direito). Quase que não dá pra enxergar porque o material é transparente, porém está ali. No corpo dos fones também tem as iniciais, mas quase que não dá pra ver de tão pequeno… enfim, se tem, não posso reclamar.
Encaixe. O encaixe do MT3 foi bem tranquilo, já começou bem lá com os earhooks, então sempre que é assim a probabilidade de dar certo é grande. Não precisei ficar ajustando, apenas insiro e já foi. Dou uma leve empurrada buscando mais isolamento. A estabilidade ficou muito boa. O fone ficou bem acomodado dentro da minha concha, quase não percebo que tem um fone ali. Ele tem um perfil bem discreto, não ficou parte protusa saindo do meu ouvido. A inserção eu achei média, e o isolamento eu achei médio.
Conforto. O conforto do MT3 também eu considero como positivo. A única questão que eu levanto aqui é que o fone é construído em metal, então ele não é tão leve quanto um fone de plástico ou resina… mesmo assim não achei tão pesado, mas certamente ele vai ter um determinado peso, no meu caso não incomodou. O fone é bem finalizado, não tive nenhum ponto de pressão. Ele me lembra bastante o Moondrop Aria, basicamente é bem semelhante tanto no encaixe quanto no conforto. Na questão estética, é impossível não citar que ele é como se fosse um TangZu ShiminLi pintado de preto.
O produto não vem com nenhum case (estojo) incluso. Justamente a TRN que é a grande empresa que coloca uns cases bem acessíveis, aqui não colocou nada. Ponto negativo, na minha opinião. Tudo bem não dá pra ser um crítico ferrenho, até porque o produto custa menos de $15 dólares, só que no meu entender todo fone deveria ter um case rígido ou no mínimo semirrígido.

ASPECTOS SONOROS:
A sonoridade do TRN MT3 eu considero como um V-Shape (desenho em V), só que mais inclinado ao lado bright (frio/brilhante). Olha, não tem muito o que fazer então eu já vou logo adiantando que a sonoridade desse fone não me agradou. Infelizmente eu não sei o que aconteceu mas o graves ficaram bem tímidos, os médio-agudos secos, e os agudos finos e coloridos. Na minha opinião esse fone não chega nem perto do TRN TA1 MAX que eu avaliei a pouco, eu achei o TA1 MAX muito mais coerente. Como sempre, não se deixem levar pela minha opinião, tenham vocês a experiência de vocês, pois pode ser algo diferente do que eu escutei aqui. Conheço amigos que gostaram do fone. Enfim, subjetividade.
Os graves do MT3 em termos quantitativos. Na minha opinião, a medida dos graves do MT3 ficou de médio para baixo. A presença é mais discreta. Como todos sabem, eu gosto de fones que tem ênfase na região dos graves, e aqui no MT3 eu fui pego desprevenido. Não senti aquela diversão que costuma me causar empolgação com um fone. Então, já fica o aviso, se você é “basshead” ou gosta que o fone tenha uma dose legal de graves, penso que o MT3 pode não lhe satisfazer, agora, se você é uma pessoa que busca menos destaque nessa região, o MT3 pode ser uma opção (em minha opinião). A região dos sub-graves e dos médio-graves são bem lineares, não percebi destaque a mais entre uma e outra. É até um pouco difícil mensurar nesse caso aqui porque a quantidade dos graves é bem mais restrita. Não senti decaimento (roll-off) na região dos subs. A extensão é boa/Ok.
Em termos qualitativos, os graves do MT3 são limpos, controlados, “neutros”, discretos, mas por outro lado faltam textura, faltam fisicalidade, faltam impacto (pros meu ouvidos). Por falar em impacto, a característica dele é bem suave, pra mim soou bem comedido, quase você não sente o kick de um bumbo de bateria. Os graves do MT3 não são estrondosos, não são lamacentos, não são abafados, e não invadem os médios. A definição é boa, a questão é a quantidade que realmente não faz o fone ter um equilíbrio tonal tão interessante (pra mim). Alguns gêneros vão sofrer com falta de energia por causa disso. Instrumentos como contrabaixo ou violão vão tocar de forma mais “tímida”, e a apresentação como um todo não vai soar calorosa (warmth).
Os médios do MT3. Os médios centrais são mais recuados, e os médio-agudos tem uma quantidade até bem interessante, mas a região como um todo acabou ficando com uma tonalidade mais “seca”, sem envolvência, o timbre fica “frio”. Em termos de definição essa região é boa/Ok, mas eu acho que ela vai ter um desempenho melhor com os instrumentos que são mais voltados pro lado das frequências agudas, por exemplo, sax alto, sax soprano, aí sim o MT3 consegue ficar melhor, já um sax barítono, aí eu acho que não fica tão legal, porque perde a texturização do instrumento.
As vozes. Seguem a mesma premissa que foi citada acima, eu acho que as vozes femininas/agudas conseguem um desempenho melhor do que as vozes masculinas/graves. Isso me lembrou a situação do Letshuoer S12 (embora estejam absurdamente longes de serem comparados em outras características), é um fone V-Shape só que voltado ao “bright”, então o MT3 é mais ou menos isso, as vozes mais baixas acabam perdendo essa textura, o ronco, assim o som acaba ficando mais “liso”, e sem muito calor. Vozes soprano e mezzo soprano vão se dar melhor com esse fone (na minha opinião).
Os agudos do MT3 em termos quantitativos. O fone tem presença nessa região, a quantidade é de moderada para alta. Não é que o fone seja totalmente “bright” (frio/brilhante), a depender de algumas gravações nem parece ter esse lado mais bright, só que ele tem um pico que deixa alguns instrumentos bem perceptíveis em outras gravações, e isso acaba tirando um pouco a coerência da apresentação (subjetivo). Quem gosta de fones com essa atividade mais proeminente nessa região dos agudos, o MT3 se faz presente, já quem não é muito fã, tem aqui um chamado de atenção. Assim, eu escutei o fone num volume baixo, talvez pra quem for escutar em volumes mais altos venha a sentir um pouco de fatiga auditiva (conjecturando). De 0 a 10 em que 5 seriam agudos confortáveis, eu daria nota 6.5 pro MT3. Perceba que não é uma nota alta, mas juntando que o fone tem baixa quantidade de graves, então a sensação pode aumentar aqui.
Em termos qualitativos, os agudos do MT3 são energéticos, vivos, coloridos, finos… em algumas situações eles soam pra mim de forma artificial, principalmente porque antes do MT3 eu avaliei o TangZu Wan’er S.G que pra mim tem uma tonalidade mais “correta” (pros meus ouvidos), então eu achei que houve uma diferença entre as tonalidades. O brilho do fone é mais fino e cristalino, o detalhamento é bom/Ok (porém não a nível de micro detalhamento). Em algumas situações eu presenciai sinais de rispidez e sibilância com músicas que já tem uma sibilância na gravação. Chimbais se apresentam com energia e beiram a micro rispidez, carrilhão mostra um brilho mais cristalino do som, pratos de condução (ride) soam finos em algumas situações.
Palco sonoro (soundstage). A sensação de palco sonoro eu achei média. O fone é médio em profundidade, altura, e largura. Não apresenta grande espacialidade mas também não toca como se estivesse colado ao tímpano. Tem ali a situação dos agudos mais pra frente que em determinados momentos você pode ter a sensação de que os instrumentos estão mais pertos de você.
Separação instrumental. A separação instrumental eu achei média/Ok. O fone tem a característica de não ter tantos graves, então a apresentação acaba não embolando, o que eu acho que acaba virando um ponto positivo para a apresentação. Entretanto, o fone não tem uma excelente precisão em simular grandes espaços entre os instrumentos (lembrando que isso pode variar também de acordo com a gravação e outros processos durante a produção da música).
Driver Flex. O MT3 é um fone single DD, e quando é assim, é preciso verificar se tem presença de driver flex. Então, posso afirmar que o MT3 não apresentou sinais de ruído de driver flex. Quem não sabe o que é driver flex, eu coloquei a explicação aqui nesse link.
Amplificação. Eu usei o DAC/AMP dongle Questyle M15 conectado ao meu notebook para fazer essa avaliação. A saída utilizada foi a 3.5mm SE e o dispositivo com seletor no modo “Low”, ou seja, sem ganho. No meu entender o MT3 é um fone que não precisa de amplificação dedicada, ele vai tocar normal em qualquer dispositivo que você plugar. Agora um detalhe, eu aconselho a usar pelo menos um DAC/AMP dongle com ele visando uma melhora na qualidade sonora em si, pois testei o fone direto na minha placa de áudio do notebook e achei o som péssimo, a sonoridade acabou ficando mais “bright” ainda (na minha opinião). Eu fiz toda a avaliação com o nível entre 30 e 35 de 100 da escala de volume do Windows10.

Gosto é subjetivo, então aqui vai a lista dos estilos musicais que eu achei que combinaram mais com esse fone. Lembrando que foram apenas alguns gêneros testados e alguns poucos artistas. Se eu coloquei que combinou com tal estilo e outro não, não significa que você não possa ouvir o seu gênero musical preferido com este fone e adorar. Então, aí vai:
Combinaram:
POP
Rock
Blues
Samba
Sertanejo
Bossa Nova
Forró
MPB
Jazz
Nem tanto:
Eletrônica
Reggae
Clássica
Metal
Hip Hop/Rap
Pagode
Axé
Link da Playlist:
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