REVIEW IN ENGLISH: LETSHUOER S15 REVIEW
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INTRODUÇÃO:
Após o lançamento do S12 lá em dezembro de 2021, de fones Planares Magnéticos, a LETSHUOER tinha feito apenas o S12 PRO, que seria uma versão do S12 com algumas pequenas mudanças na cor e nos acessórios do fone. Em 2023, a empresa voltou aos Planares com o recente LETSHUOER S15.
Vimos em nossa avaliação que o S12 é um fone com um excelente desempenho técnico, porém sua tonalidade – na minha opinião – precisava de alguns ajustes, principalmente na região dos agudos. O S15 então já nasce com o propósito de remodelar o S12 para melhor… E é isso que vamos analisar aqui hoje.
Preço: $329 dólares (USD)
Cor: Azul
Cabo: Sem Mic
Letshuoer Reviews: S12, DT02, D13, DZ4
LETSHUOER LINKS:
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ESPECIFICAÇÕES:
Híbrido:
(1) Planar Magnético de 14.8mm (3ª geração)
(1) R-Sonic Módulo de Filtragem Passiva de 6mm (PRM)
– Frequência: 20Hz – 40kHz
– Sensibilidade: 106 dB
– Impedância: 30 Ω
– Cabo: Cobre banhado a prata monocristalino
– Plugue: Modular (2.5mm, 3.5mm, 4.4mm) (em L)
– Tamanho do cabo: 1.2m (removível)
– Conectores: 0.78mm 2 pinos
– Material da shell: Impressão 3D HeyGears
– Material do faceplate: alumínio anodizado
– Peso do fone: 5.6g (um lado)(sem ponteira)
– Peso do cabo: 31.1g (com plugue 4.4mm)
– Peso do cabo: 30.6g (com plugue 3.5mm)
– Peso do cabo: 27.5g (sem plugue)
– Peso total (caixa, fones, etc): 445g
– Tamanho da caixa: 10.5cm [C] x 15.3cm [L] x 8cm [P]
UNBOXING:
ASPECTOS FÍSICOS:
Construção: De cara já dá pra ver que o S15 não tem nada a ver com o S12… O S12 tem o corpo todo em metal, já o S15 vem com a faceplate em alumínio e o corpo feito em impressão 3D pela empresa HeyGears, ou seja, o S15 está com uma qualidade impecável, como todos os fones produzidos pela HeyGears. O S15 tem acabamento e design de fones premium mesmo, não tenho o que criticar, só elogios. Antes de ter em mãos, eu achava que seria um fone grandão, por causa do driver planar de 14.8mm, mas felizmente foi exatamente o contrário do que eu pensei, o fone é pequeno, fino, e leve.
O S15 vem com a implementação do chamado “Passive Filtering Module – (PFM)“, que em português ficou traduzido como “Módulo de Filtragem Passiva”. Essa é uma tecnologia proprietária da empresa, que combina um driver passivo + furos de ventilação. O PFM utiliza uma lógica reversa à aplicação do Radiador Passivo. Se com o Radiador Passivo você precisa de uma câmara selada para que o driver gere pressão sonora em apenas uma direção, com o Módulo de Filtragem Passiva (PFM) a membrana do driver atua na direção contrária, fazendo uma pressão sonora para o lado oposto, e por consequência essa pressão vai ser dissipada por um furo de ventilação do fone. Segundo a empresa, isso faz com que a pessoa tenha uma audição sem fatiga, sem pressão intra-auricular, proporcionando um conforto maior na hora de escutar música.
Eartips (ponteiras / borrachinhas): Kit com 2 tipos de ponteira de silicone: Vocal e Balanced. São 3 pares nos tamanhos P/M/G de cada tipo. As “Vocal” são ponteiras com bocal aberto (wide bore), eu não costumo usar desse tipo porque realmente sobressai muito a região do pinna gain, em alguns fones chega a deixar a sonoridade áspera. As “Balanced” já são mais a minha preferência, fazem um som como o próprio nome diz, mais equilibrado. Eu começei usando essas ponteiras no S15, só que, eu senti falta de um toque a mais de profundidade para o selamento ficar 100%, então resolvi utilizar a SpinFit CP100 e para mim ficou perfeito.
Eu não tenho o que criticar das ponteiras que vieram com o kit, são boas ponteiras, e tem variedade de estilo, acho que a pessoa pode sim encontrar o encaixe & som ideal com uma das que vieram, mas ponteira é algo muito subjetivo, na maioria das vezes eu busco melhorar o conforto em primeiro lugar, e o som em segundo lugar. Penso que talvez para o preço do produto, poderia ter vindo alguma ponteira proprietária, algo semelhante às que vieram no S12 (as de cor cinza eram muito boas). Sendo assim, as ponteiras que avaliei o S15 foram as SpinFit CP100.
Cabo: Aqui temos um ótimo upgrade com relação ao S12 (se bem que o S12 PRO vem com um cabo Modular). No meu entender, o cabo do S15 é excelente. Nada melhor que um cabo Modular com os 3 tipos de plugues: 2.5mm balanceado, 3.5mm SE, e 4.4mm balanceado. A qualidade dos plugues é ótima, consigo encaixar e desencaixar eles do sistema modular sem ter dificuldade. A qualidade do cabo também é ótima, não embaraça facilmente, não pega memória (ondulações), não apresenta microfonia. A única observação que faço é que penso não ser um cabo tão leve, e também não é o mais fino que já testei. Minha experiência de uso com o fone com o cabo, foi boa, mas pro meu gosto, penso que cabos mais finos e leves são sempre bem vindos. O chin slider fica deslizando, então a eficiência da peça fica comprometida.
Conectores & Earhooks (ganchos de orelha): Ponto positivo para o S15. A combinação aqui foi perfeita. Conectores 2 pinos e earhooks lisos (sem ondulações, ou seja, máximo conforto). O S15 possui todas as formas de indicação para a pessoa encaixar o cabo corretamente: vem as letras L & R (esquerdo e direto) tanto no corpo dos fones quanto nos conectores, além de também possuir cores para identificação, vermelho = lado direito, transparente = lado esquerdo.
Encaixe e conforto: Outro ponto muito positivo do S15. De todos os fones que testei da LETSHUOER, o S15 é realmente o melhor deles (pra mim). Esse é um ponto muito subjetivo. Eu nunca tive problema de encaixe e conforto com os fones da marca, todos me atenderam de forma excelente. O S12 é bom, o D13 é bom, e o DZ4 também tem um encaixe & conforto muito bom, só que a diferença é que o S15 é menor e mais fino, e ele também encaixa num ângulo mais horizontal. Eu considero o S15 um fone bem leve, ótimo para fazer longas audições. O fone ficou muito bem encaixado nos meus ouvidos, e também ficou bem discreto, sem partes protusas. A inserção eu achei média, e o isolamento eu achei muito bom.
Acessórios: De acessórios inclusos – além dos citados acima, o S15 vem com um estojo rígido com fechamento em rosca. Excelente estojo de transporte, realmente algo compatível com o produto e com o valor do produto. A única observação que faço é que demora um certo tempo para desrosquear a tampa, penso que poderia ser de encaixe, que facilitaria mais. É o mesmo estojo que a empresa colocou no Letshuoer DZ4, só muda a cor.
ASPECTOS SONOROS:
A sonoridade do LETSHUOER S15 eu penso ser próximo a um Mild V-Shape (V-Shape leve). De fato, esse não é um fone tão simples de se definir com apenas uma palavra, por isso, o mais perto do que consegui chegar foi esse “Mild V-Shape”. Em resumo: Graves e médios com ênfase, e agudos bem lineares.
O S15 na minha opinião é um excelente All-Rounder, como também é um fone muito técnico, ele passa uma sensação de resolução muito grande na apresentação, tudo fica muito claro e limpo aos ouvidos. Na minha opinião, ele não é um fone warm (quente), mas também não é um fone bright (frio/brilhante). Penso que ele possui um equilíbrio bem interessante, ainda que os agudos sejam um pouco mais baixos que as demais frequências.
A tonalidade do S15 – para mim – realmente supera a tonalidade do S12 e conserta a demasia dos agudos que o S12 possui. Acho que como a maior crítica ao S12 foi justamente na parte dos agudos, então dessa vez a empresa resolveu não correr riscos e diminuiu a região. Dos planares que eu já ouvi, o S15 é o melhor deles, embora o Tin HiFi P1 possui uma abordagem diferente (neutro-bright) que também tem sua aplicação.
Obviamente o preço do S15 é o dobro do S12, e aí muitos vão querer saber: vale o preço? Então, em comparação ao S12, eu digo que vale sim, tanto em sonoridade como em aspectos físicos, além do excelente kit de acessórios que o fone possui, até por isso eu imagino que a empresa aumentou o valor.
Graves:
Quantitativo: Os graves do S15 eu compreendi como moderados. O “moderado” para mim são fones que tem ênfase na região dos graves porém não soam a nível basshead, ou seja, com excesso de graves. Então, já fica a informação que o S15 não é um basshead, mas ele tem o suficiente para agradar uma pessoa como eu, que gosta de graves. Para mim, o S15 tem um pouco mais de destaque na região dos médio-graves do que dos sub-graves. Os subs estão presentes em boa quantidade, mas certamente o som que aparece mais é o dos médio-graves. Não senti decaimento (roll-off), a extensão é boa.
Qualitativo: Os graves do S15 são muito rápidos, muito limpos, bem controlados, tem muita definição, são muito versáteis e se adaptam a bastante situações. A textura e a fisicalidade são características que aparecem, só que de uma forma mais discreta aqui. O impacto é firme e delineado, instrumentos de percussão ficam muito precisos, a batida no bumbo da bateria fica bem definida, e sem soar excessiva/expansiva. Não são graves estrondosos, não são lamacentos, não são inchados e também não invadem os médios. É interessante como os graves dos planares magnéticos são bem rápidos, o som se propaga e depois desaparece numa velocidade maior do que dos drivers dinâmicos. Som de violão fica bem equilibrado. Notas da primeira oitava de um piano ficam com muita definição e vigor. Contrabaixo fica bem rápido e com um som bem transparente.
Eu diria que – para mim – esse tipo de grave do S15 não é a melhor situação com música eletrônica, por exemplo, eu prefiro com mais subs do que médio-graves, mas o desempenho é excelente, eu só não combinei o gênero por causa dos médio-agudos, porque eu prefiro médio-agudos mais baixos para ouvir EDM (subjetivo). Pro gênero Metal Extremo essa questão também foi bem semelhante ao que disse acima. Eu ouvi algumas coisas do gênero e achei que ficou com bastante resolução, mas pro meu gosto, prefiro uma pegada um pouco mais quente. Por outro lado, Hard Rock ficou muito bom, e Heavy Metal ficou top.
Médios:
Quantitativo e qualitativo: Os médios do S15 são para frente, mais precisamente a região do pinna gain e médio-agudos. Aqui temos a característica de médios mais presentes, mais frontais, então, o fone entrega bastante informação aqui nessa região. Em termos quantitativos, os médios do S15 me lembraram de certa forma os médios do Truthear Nova, porém nos aspectos qualitativos, é aí que o S15 mostra o potencial. São médios muito detalhados, tem muita clareza, muita definição, e muita transparência. Sem dúvida, são médios muito técnicos e que não precisam abusar da quantidade para se destacarem. Trompetes, Saxofones, flautas transversais, ficam com uma resolução absurda, muito palpáveis, energia muito boa. Violinos tem excelente definição. Guitarras ficam com um timbre muito vivo e correto.
Como citei no parágrafo dos graves, em algumas situações, eu vou preferir médio-agudos um pouco mais relaxado (para EDM e Metal Extremo, por exemplo). Mas isso é uma questão totalmente subjetiva, até porque eu viveria só com o S15 e estaria bem feliz, agora, como tenho acesso a vários fones, posso me dar ao luxo de escolher outras abordagens, o hobby é exatamente isso, não é verdade?
Vozes: As vozes aqui no S15 eu achei que a batalha foi vencida pelas vozes de timbres femininos/agudos. Muito por conta que os graves não são tão texturizados, e também porque o fone tem esse pinna gain mais pra frente. Mas de fato não foi uma vitória expressiva, porque vozes masculinas/graves ficaram boas também, só as de timbres muito baixos é que carecem de mais calor e textura (na minha opinião). Um bom destaque também são para vozes de estilo sussurrantes, o S15 traz muita sensação de ar e detalhamento com esse tipo de voz, parecem que estão cantando mais próximo ao ouvido.
Agudos:
Quantitativo: Os agudos do S15 estão no nível do moderado, tem presença suficiente para nem faltar nem sobrar. São agudos numa zona média, isso é, agudos que acompanham a gravação. Na minha opinião, o S15 tem menos agudos do que o S12, e aí penso que o S15 não gera fatiga por excesso de agudos. Certamente isso também tem um preço, pessoas que gostam de um leve brilho a mais na apresentação, ou os chamados trebleheads, podem achar que o fone poderia ter mais agudos. Isso é algo bem pessoal. Não senti decaimento (roll-off), a extensão dos agudos é boa. No meu entender, os médios-agudos é que aparecem mais do que os agudos aqui no S15. Se a pessoa sente fatiga por médio-agudos, aí é melhor ficar atento a essa questão.
Qualitativos: Os agudos do S15 são lineares, confortáveis, controlados, sem coloração, sem picos, bem coerentes com o real. São agudos muito rápidos, possuem um ótimo detalhamento e uma ótima definição. O arejamento não é algo tão abundante aqui, são agudos de qualidade mas não são tão “abertos”. O brilho é um pouco mais discreto, mas ainda assim, não soa nem apagado nem fino/cristalino, fica coerente com a realidade. Não são agudos estridentes, não são afiados, não são ríspidos, e não apresentam sibilância. Bandolim toca com ótima resolução. Dedilhados em violão com corda de aço ficam com definição e coerência. Pratos de condução soam precisos e sem alfinetar. Notas agudas de um piano se apresentam de forma muito realista e com bastante definição.
Palco sonoro (soundstage): O palco sonoro do S15 eu achei bom/médio. Aqui realmente é algo médio, a grande maioria dos planares que escutei tinham um palco sonoro não tão expansivo, acho o único que mostrou ter mais profundidade foi o Tin HiFi P1 MAX (se não me engano). Não me entenda mal, o palco sonoro do S15 é bom, ele só não é um fone com muita espacialidade, é como se a apresentação no S15 estivesse mais próxima de você. Então temos 3 situações em que o palco sonoro pode estar: colado, próximo, ou distante. O “colado” a gente só vai encontrar mesmo em earbuds mais antigos. Já os “distantes”, podemos citar o Campfire Andromeda, Audiosense AQ4, ou até mesmo o Kiwi Ears Quintet. Esses citados certamente conseguem mostrar mais sensação de espaço na apresentação. E o S15 tem um palco um pouco mais “próximo”.
Separação instrumental: A separação instrumental do S15 é excelente, ponto muito positivo do fone. Tudo é muito limpo e transparente, então você consegue perceber os instrumentos tocando com muita facilidade. A definição e o detalhamento ajudam na precisão dos sons. É interessante como um fone com “um” driver consegue fazer uma separação entre os vocais e o restante da banda com muita exatidão, quando você escuta uma música, a sensação é que o cantor(a) está posicionado(a) ao centro e na frente, enquanto que os instrumentos estão tocando na parte de trás. Isso para mim era sempre uma característica exclusiva dos fones híbridos ou Full-BAs, agora, o S15 veio pra quebrar a regra. Obviamente lá nas especificações o S15 está como um fone híbrido, porém eu penso que o driver planar é o responsável por 99,9% do som produzido pelo fone (na minha opinião, e posso estar equivocado).
Driver Flex teste: Normalmente, fones planares magnéticos não apresentam som de driver flex, pelo menos comigo nunca aconteceu. O S15 não possui tal característica.
Amplificação: Eu usei o DAP FiiO M11S para fazer essa review. A saída utilizada foi a 4.4mm balanceada, e o DAP em modo High Gain. Volume em 70% dos 120 disponíveis. Olha, dizer a vocês que o S15 é um fone que vai tocar em fontes mais simples, porém, eu testei o fone tanto na saída 3.5mm quanto na saída 4.4mm, e achei que o fone teve um benefício na saída balanceada. Eu diminuo o volume em 10-15% quando na saída balanceada, e mesmo assim a impressão que dá é que nessa saída o fone consegue fazer o som ter um pouco mais de espacialidade. Então assim, o S15 tocou bem na saída 3.5mm, mas eu achei que o desempenho foi um pouco melhor usando a saída 4.4mm balanceada.
Gosto é subjetivo, então aqui vai a lista dos estilos musicais que eu achei que combinaram mais com esse fone. Lembrando que foram apenas alguns gêneros testados e alguns poucos artistas. Se eu coloquei que combinou com tal estilo e outro não, não significa que você não possa ouvir o seu gênero musical preferido com este fone e adorar. Então, aí vai:
Combinaram:
Hip Hop/Rap
Reggae
Samba
Pagode
Clássica
Jazz
POP
Rock
Blues
Sertanejo
Bossa Nova
Forró
MPB
Nem tanto:
Eletrônica
Metal
Axé
PLAYLIST:
GRÁFICOS POR AFTERSOUND:
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